«Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa»
“Que procuras? A felicidade. [...] Procuras uma coisa boa, mas que não existe neste mundo. [...]
Tendo
vindo até junto de nós, Cristo encontrou o que nós temos em abundância:
penas, dores e a morte; é o que tens, e o que entre nós existe em abundância.
Ele comeu
contigo o que havia em abundância na pobre casa da tua infelicidade. Ele bebeu
vinagre, ele provou fel (Jo 19,29) – tudo quanto encontrou na tua pobre casa.
Mas
convidou-te para a sua mesa magnífica, para a sua mesa do Céu, para a
sua mesa dos Anjos, onde Ele mesmo é o pão (Jo 6,34).
Descendo
até ti, e encontrando infelicidade na tua pobre casa, não desdenhou de Se
sentar à tua mesa, tal como era, e prometeu-te a sua. [...]
Assumiu a
tua infelicidade, para te dar a sua felicidade. E dar-ta-á, pois prometeu-nos a
sua vida.
E aquilo
que realizou é ainda mais incrível: deu-nos em penhor a sua própria morte.
É como se
nos tivesse dito: «Convido-vos para a minha vida, onde ninguém morre, onde se
encontra a verdadeira felicidade, onde o alimento não se corrompe, mas
restaura, nunca falta e tudo preenche.
Vede para
onde vos convido: para a terra dos Anjos, para a amizade do Pai e
do Espírito Santo, para uma refeição eterna, para a minha amizade
fraterna.
Enfim,
convido-vos para Mim mesmo, convido-vos para a minha própria vida. Duvidais de
que vos darei a minha vida? Tendes a minha morte como testemunho.»”