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A Paixão de Jesus segundo São Marcos

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A Última Ceia , Andrea del Castagno Igreja de Santa Apolónia, Florença “Deve ter existido muito cedo um relato da Paixão de Jesus que ia da prisão à sepultura. Os quatro evangelhos retomam este relato, dando-lhe, no entanto, cada um, a sua tonalidade própria. Marcos dirige-se aos não-crentes e quer levá-los a proclamarem com o pagão ao pé da cruz: Jesus é verdadeiramente Filho de Deus! Ao narrar os factos, sem os preparar, parece que nos quer chocar: assim compreendemos melhor, com ele, como a realização do projecto de Deus é desconcertante para o homem. A cruz escandaliza. E, no entanto, é nela que se revela o Filho de Deus ! O silêncio de Jesus durante a Sua Paixão é impressionante.  Jesus sabe que os homens são «estúpidos» perante o Seu mistério, que correm o perigo de entender mal. Por isso, durante o Seu ministério, sempre se recusou a dizer quem era. Agora que está condenado, que já não existe o perigo de interpretarem os seus títulos como um desejo de poder, aceita l

A Paixão segundo São João

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Muito tempo após os acontecimentos, à luz do Espírito e da vida da Igreja e, sobretudo, à luz da celebração dos sacramentos, João medita a Paixão. Na sua narração, muito semelhante à dos sinópticos, ele escolhe os episódios mais carregados de sentido. Apresenta esta paixão como a marcha triunfal de Jesus para o Pai. Jesus sabe que vai morrer; sabe de que morte, e vai livremente: « A Minha vida, ninguém Ma tira, mas Sou Eu que a dou » (Cf. 10,18). Todos os pormenores da paixão cumprem não só as Escrituras, mas também os anúncios que Jesus dela faz. João sublinha a majestade do Filho de Deus que sofre. Quando o prendem, Jesus não evoca, como em Mateus , as legiões de anjos que poderiam libertá-Lo; basta-Lhe declarar: Sou Eu ou Eu Sou para que os seus inimigos caiam para trás. É como Rei que Jesus é crucificado. Pilatos reconhece-o fazendo-o sentar no seu tribunal (19,13), e a inscrição da cruz proclama isso mesmo em diversas línguas (19,19-20). João não separa morte e exa

A Paixão segundo São Lucas

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Jesus crucificado, com Maria, Sua Mãe, e o apóstolo João Para entrar na narração de Lc., não basta lê-la, mas é preciso meditá-la, como faziam os dois discípulos a caminho de Emaús , quando palavra e presença de Jesus que lhes explicava as Escrituras, lhes punham o coração a arder. Por este caminho doloroso, Jesus caminha ao nosso lado, mesmo que os nossos olhos sejam ainda incapazes de O reconhecer. Toda a sua narração está penetrada de delicadeza e ternura pelo seu Senhor Jesus. Ele não foi capaz de referir certos pormenores demasiado dolorosos: não diz que Jesus foi flagelado; Judas não beija Jesus, «aproxima-se» apenas para o beijar... Lucas conhece, no entanto, a amplitude da luta terrível que se trava entre Jesus e o mal; a paixão é o combate derradeiro e decisivo. Jesus sai dele vencedor pela Sua paciência, vocábulo que não traduz bem o sentido do grego hypo-moné , que evoca a atitude do crente que «resiste» ou «aguenta» na provação, porque é sustentado por Deus (Cf. Lc.

A Paixão segundo São Mateus

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Jesus reza no Jardim das Oliveiras, antes de ser preso “Mateus escreve para cristãos que já tem fé e querem aprofundá-la; tenta revelar o sentido da morte de Cristo. Escreve para cristãos de origem judaica : mostra como Deus mantém em Jesus a promessa que tinha feito ao Seu povo, como Jesus realiza as Escrituras. Este povo judeu, pelos seus chefes, não aceitou Jesus, e a promessa passa agora para um novo povo, a Igreja. Mas esta deve manter-se vigilante, pois também ela pode recusar-se a seguir Jesus! Com a apresentação dos acontecimentos, Mateus quer, sobretudo, manifestar o poder e a autoridade de Jesus. Jesus é Filho de Deus , sabe o que Lhe vai acontecer, aceita-o e, assim mesmo, os acontecimentos dão-se porque Ele os prevê. Jesus é o Senhor do mundo inteiro. O Pai entregou-Lhe o Seu poder e Ele poderia ter-se servido dele para evitar a morte. Mas esta marca o fim dos tempos e inaugura a chegada do mundo novo, do Reino de Deus onde agora temos de viver. O relato