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Pecado original e pecado das origens

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  Pecado original A expressão « pecado original » confunde habitualmente duas realidades diferentes: - a condição pecadora na qual todo o homem se encontra lançado pelo seu nascimento, se se prescinde da graça de Cristo; - a entrada do pecado no mundo tal como o evocam Gn 3 e Rom 5 quando descrevem a cena do primeiro pecado. Esta confusão desemboca com frequência neste resultado aberrante: « nós herdámos, por via de geração, a culpabilidade em que incorreu o primeiro homem! » E então surge a pergunta, do que teria acontecido se aquele primeiro homem não tivesse pecado... Nisto há três erros graves. Com efeito: 1. A culpabilidade é estritamente pessoal. Já o Antigo Testamento nega formalmente que um pai transmita uma culpabilidade aos filhos (Ez 18). 2. A geração não transmite o pecado, algo assim como se uma sexualidade necessariamente pecadora levasse necessariamente uma « conceção no pecado » (interpretação errónea do SI 51, 7). 3. A liberdade, poder de escolha d

A propósito de Adão: O poligenismo será compatível com a fé?

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Em Gn 2-3, fala-se do homem e da mulher. A partir de Gn 4, 25, Adão (palavra que significa homem) converte-se em nome próprio. Para representar a origem da raça humana, o autor recorreu portanto, ao processo convencional dos epónimos , que personifica a origem dos grupos (clãs, nações, cidades, etc.), dando o seu nome a um antepassado hipotético: Atena, por exemplo, é uma deusa grega que se supõe ter dado o seu nome a Atenas. Do mesmo modo, Gn 10 apresenta-nos uma genealogia de epónimos em que ninguém pensa ver indivíduos históricos. Segundo este processo, falar de « Adão » significa o mesmo que falar do homem. Gn 2-3, tal como Gn 1, representa convencionalmente a origem do género humano sob a forma dum casal. O Novo Testamento não faz mais do que recolher esta apresentação (cf. Mc 9, 6-8; Rom 5, 12-21; I Cor 15, 45-48; 2 Cor 11, 3). Portanto, não se pode procurar ali um «quadro» histórico das origens do homem, nem um ensinamento direto sobre o aspeto biológico da qu

Homem, quem és tu? A génese da humanidade

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«Adão e Eva», de Jan Gossaert (1478–1536) A génese da humanidade «No princípio...»: Com estas palavras começa o primeiro livro da Bíblia , o Génesis . A história bíblica começa com Abraão , por volta do século XVII ou XVII antes de Cristo, de quem nos fala o Génesis a partir do capítulo 12. Mas, antes de evocar o desenrolar do projeto de Deus numa história humana carregada de sentido, o livro convida os seus leitores a lançar um rápido olhar para trás, a olhar para o «princípio»: princípio do mundo, princípio da humanidade, princípio da sua aventura na Terra. Os sábios estudam estes problemas com os seus métodos próprios; os seus estudos parecem-nos por vezes curiosidade de especialistas. Contudo, pensando bem, nós sentimos que se trata das questões essenciais da nossa existência. A génese lenta da humanidade através dos milénios da pré-história não desembocará naquelas poucas dezenas de séculos em que o drama humano se faz diretamente percetível, um drama do qual todos s