São Máximo, o Confessor

São Máximo, o Confessor

Nascido em Constantinopla, foi o teólogo bizantino mais importante do séc. VII, comenta­rista e seguidor da doutrina mística do Pseudo-Dionísio

Sua obra, no entanto, centrou-se na defesa da doutrina cristológica dos padres gregos. Influiu poderosamente na teologia e mística da Idade Média.

Deste grande cristão, o que primeiro devemos resenhar é a sua própria vida. Secretário do imperador Heráclio I, deixou seu cargo em 613 para empreender uma vida monástica próxima de Crisópolis (Bitínia). 

Fugindo da invasão persa de 626, dirigiu-se ao norte da África, onde tomou parte da controvérsia monotelista em Cartago. Decididamente inclina-se para dupla vontade, divina e humana, na única pessoa de Cristo, e a defende. 

Em 645, enfrentou-se com o patriarca Pirro de Constantinopla, exilado em Cartago, diante de quem defendeu a dupla vontade de Cristo contra os monotelistas e os monofisitas

Chamado a Roma em 649, tomou parte muito direta e ativa no sínodo local que, presidido pelo Papa Martinho I, proclamou a doutrina da dupla vontade de Cristo frente aos monotelistas. 

Como consequência disto, tanto Máximo quanto Martinho foram presos e torturados pelo imperador Constantino II. O Papa Martinho foi exilado. Máximo foi captura­do e levado de novo a Constantinopla, onde esteve na prisão de 653 a 655. 

Durante esse tempo, foi pressionado e torturado para que aceitasse a doutrina da única vontade em Cristo. O exílio foi a resposta à sua negativa. Em 661 foi trazido novamente a Constantinopla para ser submetido a novas prisões e torturas. 

Diz-se que lhe cortaram a língua e o braço direito por não ceder às exigências do poder imperial. Isto lhe valeu um último exílio, próximo do mar Negro, onde morreu em 662.

São Máximo é conhecido com o título de “O Confessor”, sem dúvida pela sua atitude valente e sincera na defesa da ortodoxia.

Seu nome está vinculado aos padres gregos que o precederam na defesa da mesma. A sua doutrina ficou sancionada no Concílio de Constantinopla em 680-681. 

Imagem de Ben Kerckx (adaptada)