«Se alguém der de beber a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo…»
«Se alguém der de beber [...] a um destes
pequeninos, por ele ser meu discípulo, [...] não perderá a sua recompensa»
“Encomendo
a minha alma ao Criador, que é fiel
(cf 1Pe 4,19), de quem «sou embaixador»
(Ef 6,20), apesar da minha baixeza; porque Ele não faz aceção de pessoas e me
escolheu para este serviço, para ser seu servo, eu que sou um dos seus «irmãos mais pequeninos» (Mt 25,40).
«Como retribuirei ao Senhor todos os seus benefícios para comigo?» (Sl 115,12).
Que posso
eu dizer ou prometer ao meu Senhor, visto não ter mais capacidades para além
das que Ele próprio me deu?
Que, por
vontade de Deus, nunca me aconteça perder
o povo que Ele formou para Si nos confins da Terra (cf Is 43,21)!
Peço a Deus que me dê a perseverança e a
vontade de dele dar sempre um testemunho fiel, até ao dia da minha partida.
Se me
acontecer realizar uma boa obra para o meu Deus,
que tanto amo, peço-Lhe que me conceda derramar o meu sangue com os
estrangeiros e cativos, em honra do seu nome [...].
Tenho a
certeza de que, se tal me acontecesse, ganharia como recompensa a minha alma
com o meu corpo, pois naquele dia ressuscitaremos sem dúvida na claridade do
sol, isto é, na glória de Cristo Jesus,
nosso Redentor [...].
Dirijo
uma prece aos homens crentes e tementes a Deus
que se dignarem acolher este escrito que Patrício,
ignorante pregador, compôs em terras da Irlanda: se alguma coisa fiz ou disse
de acordo com a vontade de Deus,
ninguém diga que foi este ignorante quem a fez, antes pensai – e tende-o mesmo
por certo – que tal foi um verdadeiro dom
de Deus.
Esta é a
minha confissão antes de morrer.”
São Patrício (c. 385-c. 461), monge missionário, bispo | Confissão, 56-62 conclusão | Imagem de Pezibear
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Patrício
da Irlanda foi um missionário cristão, depois bispo e santo padroeiro da
Irlanda, juntamente com Santa Brígida de Kildare e São Columba.