Emaús – Lugares bíblicos na Terra Santa
Emaús
Em Lucas 24,13-31 conta-se uma história enternecedora acerca da
experiência pessoal de dois discípulos sobre a ressurreição de Jesus [ler
abaixo].
Cléofas e um companheiro viajam, em
dia de Páscoa, de Jerusalém para a aldeia de Emaús.
Subitamente, junta-se-lhes um
estranho, que parece desconhecer a crucifixão de Jesus.
Os dois companheiros contam-lhe da morte
de Jesus, das visões relatadas junto ao sepulcro e da descrença de alguns
discípulos relativamente à Sua ressurreição.
Mas o estranho manifesta-se zangado
por esta falta de fé e, enquanto caminham, interpreta-lhes a Escritura no
que se refere à vinda do Messias.
Aproximando-se de Emaús pela
tardinha, os dois discípulos convidam o estranho a ficar com eles.
Ao jantar, ele partiu o pão e, segundo
Lucas, quando aqueles o tomaram, "abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n'O"
como o próprio Jesus.
Este desapareceu tão misteriosamente
como aparecera.
Não está perfeitamente esclarecido
qual a vila da actualidade que se pode identificar com Emaús: nada menos
de quatro locais têm sido propostos.
Um deles, Qalonyeh, tem como
argumento o facto de poder ser a Emaús mencionada pelo historiador Flávio
Josefo como o local em que se tinham estabelecido os veteranos romanos.
Um outro, Abu Ghosh, a cerca de
15 km de Jerusalém, era onde estacionavam alguns destacamentos da 10ª Legião
Fretense Romana.
Um terceiro, Al-Qubeibeh, era o
sítio de um forte romano, chamado Castellum Emmaus.
O candidato mais sério, contudo, é Amwas,
ou Nicópoles, como é chamada desde o século III, quando foi
reconstruída.
Os peregrinos da Terra Santa já no
século IV aceitavam esta povoação como Emaús, e há de facto uma
característica geográfica que apoia esta teoria: o nome grego Emaús deriva de
uma palavra semítica que significa "poços termais e, na verdade, Amwas
possui dois poços de água morna.
O problema é que o lugar parece ficar
muito distante de Jerusalém.
Os textos antigos de mais confiança do
Evangelho de Lucas dizem que Emaús ficava a cerca de 60 estádios
(uns 11 km) da cidade, ao passo que Amwas fica a perto de 160 estádios (27
km).
Há, contudo, antigos textos de Lucas
que indicam os 160 estádios - mas estes textos são considerados suspeitos por
alguns estudiosos.
Fonte: “Jesus no seu tempo”
No caminho de Emaús
13*Nesse
mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava
a cerca de duas léguas de Jerusalém; 14e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. 15Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles
o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; 16*os
seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer.
17Disse-lhes Ele: «Que palavras são
essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos. 18E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o
único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!» 19Perguntou-lhes Ele: «Que foi?»
Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em
obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; 20como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser
condenado à morte e crucificado. 21*Nós
esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá
vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram
perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada 23e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns
anjos, que afirmavam que Ele vivia. 24Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como
as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.»
25Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram! 26*Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?» 27*E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
28Ao chegarem perto da
aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. 29*Os
outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai
caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. 30*E,
quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir,
entregou-lho. 31Então, os seus olhos
abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. 32Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o
coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
(Lc. 24, 13-31)