São Bartolomeu dos Mártires – Patronos da Jornada Mundial da Juventude 2023


Colaborou com a vontade de Deus ao inovar a formação cristã do povo de Deus.

Oriundo de uma humilde família lisboeta, Bartolomeu Fernandes Vale adotou o apelido "dos Mártires" devido à freguesia que o viu nascer, em maio de 1514, e à igreja dedicada a Santa Maria, onde foi batizado.

Desde cedo, o seu gosto e dedicação pelos estudos fizeram com que se destacasse entre os seus colegas e despertasse a atenção dos superiores.

A 11 de novembro de 1528, recebeu o hábito dominicano e ingressou no mosteiro de Lisboa onde concluiu, 10 anos depois, os seus estudos superiores em Teologia e Filosofia.

Embora fosse a vontade de Frei Bartolomeu servir a Igreja como simples frade, Dom João II interveio de modo que ele adquirisse o grau de Mestre na Universidade de Coimbra.

Os anos seguintes foram dedicados ao ensino nos conventos de Lisboa, Batalha e Évora.

Por indicação da rainha Dona Catarina e por obediência ao seu provincial, foi nomeado arcebispo de Braga e ordenado em 1559.

Dom Bartolomeu destacou-se pelo seu serviço pastoral inovador.

Sensível à ignorância religiosa, dominante no seio do clero, elaborou um catecismo que respondesse às necessidades da Igreja e que reagisse contra o protestantismo que começava a difundir-se na Europa.

Em 1563-1565, participou no Concílio de Trento, onde foi elogiado e aplaudido pelo seu contributo para a reforma da pastoral da Igreja.

O seu espírito evangelizador levou-o a visitar vários lugares da sua grande diocese e a preocupar-se com as questões sociais e económicas do povo de Deus.

Dom Bartolomeu considerava que os sacerdotes deviam aprofundar os seus conhecimentos académicos e religiosos e, nesse sentido, promoveu a criação de seminários para formação do clero, algo inovador em toda a história da cristandade.

Em 1582, renuncia ao arcebispado e recolhe-se no convento dominicano, em Viana do Castelo.

Veio a falecer a 16 de julho de 1590, aclamado pelo povo como "Arcebispo Santo”, pai dos pobres e dos enfermos.

É o Padroeiro dos catequistas pelo seu árduo empenho na inovação da catequese na Igreja.

Foi beatificado em 2001 e canonizado em 2019.

A Igreja recorda-o no dia 18 de julho. (1)

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Oração a São Bartolomeu

“Senhor, os olhos da minha alma estão cegos, porque não vejo o que é bem e o que é mal. 

Os falsos bens deste mundo me parecem verdeiros e grandes, e os verdadeiros do outro não estimo nem desejo com eficácia e, por isso, alumiai meus olhos para que veja as coisas como elas são: as vãs como vãs e as verdadeiras como verdadeiras, para que desprezando as vãs e amando as verdadeiras, mereça chegar à luz eterna.

Ámen”

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Imitação dos Santos

“Imitemos os santos, aqueles que esgalham as árvores e, com os ramos na mão, glorificam o Senhor.

Lancemos mão dos ramos dos seus exemplos e excelentes obras de virtude, para seguirmos a Cristo.

Uns são comparados a oliveiras carregadas de azeitona, isto é, resplandecem pela caridade e misericórdia.

Nós, pecadores, colhemos estes ramos quando cumprimos as obras de misericórdia, conforme as nossas possibilidades.

Outros são comparados a palmeiras que conservam perpétua verdura e nunca perdem a folha; assim eles conservam a verdura da castidade, e são constantes nas virtudes.

E assim como a palmeira no alto é larga e, no pé, estreita, assim eles alargam os seus corações para as coisas celestiais e eternas, e das coisas da terra pouco se ocupam, apertando-se e estritando-se no uso delas.

E quando nisto os imitamos, colhemos ramos de palma para honrar ao Senhor.

Outros santos são comparados aos ciprestes que, mui direita e altamente, se levantam ao céu.

E, por isso, com razão os devotos e contemplativos das grandezas de Deus e mistérios divinos são representados por ciprestes, e nós, baixos e terrestres, não podemos voar tão alto; todavia, de alguma maneira, os imitamos, colhendo os seus ramos, quando fazemos alguma oração devota e nos ocupamos em meditar e considerar a Paixão e os outros mistérios do nosso Redentor.

E, finalmente, quando nos ocupamos em louvar e dar graças a Deus de todo o coração, por seus infinitos benefícios, fazemos o ofício daqueles que, com grandes clamores, diziam: Bendito o que vem em nome do Senhor!

Assim nós, fazendo pouco caso da vida e saúde do nosso corpo, peçamos e procuremos, continuamente, eterna saúde e salvação da alma.”

(Meditação de São Frei Bartolomeu dos Mártires)

(1) in “O Cavaleiro da Imaculada” – Julho 2023

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