Dons e frutos do Espírito Santo
Dons e frutos do Espírito Santo
Pelo Espírito Santo é-nos concedida a
Vida que brota do Pai através de Cristo. A nossa condição humana fica alterada por
esta nova condição, da qual já não podemos prescindir.
Pela graça ficamos dotados de virtudes e dons do Espírito Santo que nos levam a agir como verdadeiros filhos de Deus e verdadeiros irmãos dos outros seres humanos.
Sete dons, sete qualidades do amor
Assim como a graça é uma participação na
natureza divina, assim também o amor que dela procede é uma participação no
amor divino que o Espírito derrama nos corações humanos. Os sete dons podemos
considerá-los sete qualidades do amor.
Este amor é saboroso, penetrado de sabedoria,
a qual infunde em nós o gosto das coisas divinas.
É intuitivo, de olhar poderoso: dá-nos esse entendimento
que nos faz penetrar profundamente nos mistérios e desígnios de Deus.
É um amor cheio de ciência que
nos leva a não confundir o bem com o mal, a dar o primeiro lugar a Deus na
nossa vida e a tudo considerar à luz divina.
Esse amor dá-nos o conselho dos
conselhos, para escolhermos com acerto os meios de chegar a esse amor, por vezes
contra os ditames da prudência humana.
É vigoroso, cheio de fortaleza,
daquela «força do Alto», que leva aos heroísmos da constância e do martírio
perante todas as dificuldades.
É terno, repassado de piedade,
confiante, filial.
Tem o máximo cuidado, porém, em não desgostar
o Pai. Esse temor de Deus defende-nos de tudo quanto possa ofender,
mesmo ao de leve, o Deus santo e misericordioso.
Os dons do Espírito Santo são como as velas
que recolhem o vento e aliviam a tarefa de quem vai a remar... Mas não
dispensam o fator humano: a docilidade, a disponibilidade, a boa vontade que
se empenha em ir ao encontro do querer divino.
O campo humano tem de estar minimamente arroteado, a árvore minimamente cuidada e tratada, a casa minimamente varrida, para deixar livre curso à intervenção do Espírito.
Os frutos conforme São Paulo
Os dons do Espírito e a nossa colaboração
produzem frutos permanentes, enumerados por São Paulo: alegria,
paz, paciência, bondade, benevolência, doçura, autodomínio, justiça,
perseverança, mansidão, verdade, pureza...Frutos que atingem a sua expressão
máxima nas bem-aventuranças.
Efetivamente, o Espírito Santo impele-nos a
partilhar o desprendimento de Jesus, a sua compaixão, a sua mansidão e
humildade, a sua misericórdia, a sua pureza de coração, a sua promoção da paz,
o ser perseguidos por causa da justiça.
Eis o «retrato» do cristão, os traços que
permitem identificá-lo.
Os santos, ao longo da história, foram sinais e instrumentos da santidade de Deus, presente na Igreja. Santidade vivida como chamada, como horizonte, como itinerário.
Modelo da vida no Espírito,
para a Igreja e para cada cristão, é o «sim» de Maria, para dar
Cristo ao mundo.
Fonte: “Quando digo Espírito Santo”, Abílio Pina Ribeiro (Texto editado) | Imagem