A semente da graça
“A graça
de Deus é uma semente que não deve ser abafada, mas que também não deve ser
excessivamente exposta.
É
necessário alimentá-la no coração e não a mostrar excessivamente aos olhos dos homens.
Há dois
tipos de graças aparentemente pequenas, das quais pode depender a nossa
perfeição e a nossa salvação.
Uma é a
luz que nos revela uma verdade: devemos acolhê-la cuidadosamente e cuidar de
que não se extinga por nossa culpa; devemos utilizá-la como regra em todas as
nossas ações, ver aonde nos leva, etc.
Outra é o
movimento que nos leva a fazer determinada ação virtuosa numa ou noutra
ocasião; devemos ser fiéis a estes movimentos, porque tal fidelidade é, por
vezes, o núcleo da nossa felicidade.
Se
ouvirmos a voz de Deus quando nos inspira uma mortificação em
determinadas circunstâncias, veremos grandes frutos de santidade em nós.
Pelo
contrário, o desprezo desta pequena graça poderia ter consequências funestas,
como acontece aos favoritos caídos em desgraça por serem complacentes em coisas
pequenas.”
São
Cláudio de la Colombière (1641-1682), jesuíta | Diário
espiritual
A graça de Deus
“A graça
é, antes de tudo e principalmente, o dom do Espírito que nos justifica e
nos santifica.
Mas
também compreende os dons que o Espírito nos dá, para nos associar à sua obra,
para nos tornar capazes de colaborar na salvação dos outros e no crescimento do
Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja.
São as graças
sacramentais, dons próprios dos diferentes sacramentos.
São, além
disso, as graças especiais, também chamadas «carismas», segundo o
termo grego empregado por São Paulo e que significa favor, dom gratuito,
benefício.
Qualquer
que seja o seu carácter, por vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou
das
línguas, os carismas estão ordenados para a graça santificante e têm por finalidade
o bem comum da Igreja.
Estão ao
serviço da caridade que edifica a Igreja.” (Catecismo da Igreja
Católica, 2003)