«As nações colocarão a esperança no seu nome»
“Quem é o homem que conhece todos os
tesouros de sabedoria e de ciência ocultos em Cristo, escondidos na
pobreza da sua carne?
Porque Ele, «sendo rico, fez-Se pobre por nós, para nos enriquecer com a sua pobreza» (2Cor 8,9).
Como vinha para assumir a condição mortal
e vencer a própria morte, apresentou-Se na condição de pobre.
Mas Ele, que nos prometeu tesouros
distantes, na verdade não perdeu aqueles dos quais Se afastou: «como é
grande, Senhor, a bondade que reservas para os que Te são fiéis! Tu a concedes,
à vista de todos, àqueles que em Ti confiam» (Sl 31,20). [...]
Para que O pudéssemos compreender, Aquele
que é igual ao Pai, pois tem a natureza de Deus, tornou-Se semelhante a nós,
tomando a natureza de servo, e recriando-nos à semelhança de Deus.
Tornando-Se Filho de homem, o Filho único
de Deus torna os homens filhos de Deus.
E, depois de ter alimentado os servos com
a sua natureza visível de servo, tornou-nos livres para que pudéssemos
contemplar a natureza de Deus.
Porque «já somos filhos de Deus, mas
não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando se
manifestar, seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal como Ele é» (1Jo
3,2).
Com efeito, em que consistem os tesouros
de sabedoria e de ciência, esses tesouros divinos? Só sabemos que nos
satisfarão completamente.
E a superabundância da sua bondade? Só
sabemos que nos saciará.”
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África),
doutor da Igreja | Sermão 194; PL 38, 1016 | Imagem