Saduceus - Grupos religiosos em Israel no tempo de Jesus
Saduceus
O nome
deriva de Sadoc, o sacerdote ligado
à história de David e de Salomão (1 Sam 2,12-25).
Historicamente
e na prática, nascem no tempo dos príncipes asmoneus: quando a família
sacerdotal dos macabeus (os asmoneus) consegue o poder em 142 a.C.,
rodeia-se de um grupo aristocrático de sacerdotes e de leigos, profundamente
defensores da independência e das tradições do povo.
Este
grupo, dirigido pela classe sacerdotal (os «filhos de Sadoc»), irá ganhar
consistência e encontramo-lo a actuar, como partido político, no séc. II, em
torno do Sumo Sacerdote (chefe da nação) e no interior do Sinédrio.
No tempo
de Cristo os Saduceus formam um partido constituído por membros da aristocracia
quer sacerdotal quer laica.
Não sendo
numerosos, a sua influência era enorme, pois ocupavam praticamente todos os
cargos de maior importância no país, quer políticos quer religiosos. Muito mais
do que os fariseus, foram inimigos
figadais de Jesus, em Quem viram
sempre o pior adversário à sua instalação.
Entre outras características diferenciadoras, assinalemos:
São
fortemente conservadores, sobretudo em relação à política, ao Templo e às antigas tradições.
Opõem-se, e controlam toda a evolução.
Politicamente
adaptam-se e conformam-se com o poder romano, do qual recebem plena confiança.
Profundamente helenizados. Herodes despreza-os,
diminui-lhes os poderes políticos, mas, socialmente, enche-os de honrarias...
para os ter na mão.
Religiosamente,
só aceitam a Lei escrita (a «Torá»). Rejeitam toda a evolução doutrinal:
a ressurreição dos mortos, a doutrina sobre a remuneração, sobre os anjos e os demónios...
Seguem a
interpretação literal das Escrituras (contra
os fariseus). Preocupa-os,
sobretudo, a religião como culto (exterior), hierático e faustoso.
Sempre de
pé atrás face a todo o messianismo popular (que temem subverta a ordem pública:
Jo 7, 45-53), devem ter sido os principais responsáveis da morte de Jesus, a Quem tomaram como um messias
político (Jo 19, 15).
Praticamente
sem implantação popular. Sempre incompatibilizados com os fariseus (a não ser em casos pontuais).
Foram violentos
com Jesus, e com o cristianismo nascente. Quase sem
vitalidade religiosa, não conseguiram sobreviver ao desastre do ano 70.
Fonte:
“Atlas Bíblico Geográfico-Histórico”, J. Machado Lopes | Imagem