São Zeferino, Papa, +217/218, lutou contra as heresias
São Zeferino foi o 15º Papa a tombar,
martirizado, em defesa da Igreja de Cristo.
Era natural de
Roma. Dedicou-se com muita diligência e zelo, pregando e testemunhando o
Evangelho com grande virtude e sabedoria, qualidades que floresceram no
pontificado de São Vítor I, de quem se tornaria sucessor na Sé apostólica.
Após o glorioso
martírio do Papa São Vítor, ocorrido
no dia 28 de julho de 199, o povo de Deus, unido ao clero, reuniu-se em
intensas orações, a fim de que o Senhor iluminasse o rebanho para a escolha de
um digno vigário.
Depois de onze
dias de intensas orações, o Espírito Santo manifestou-se em forma de pomba e desceu sobre a cabeça do então
presbítero Zeferino, onde repousou por um breve espaço de tempo, desaparecendo
em seguida. Os fiéis logo identificaram a escolha de Deus.
Por
unanimidade, o elegeram no mês de agosto daquele ano, quando assumiu honrosamente
o divino governo da Igreja.
Logo no início
de seu pontificado, o imperador Septímio Severo moveu, por decreto, intensa
perseguição contra a Igreja, facto que levou São Zeferino a tomar as primeiras providências no sentido de zelar
pelo rebanho, levando seu auxílio e consolo naqueles dias de grande tribulação.
Pessoalmente,
de dia e de noite, percorreu infatigavelmente diversas casas, cavernas e locais
subterrâneos.
Colocou em
risco a própria vida, visitando e consolando não só os encarcerados, mas também
os condenados, que acompanhava até aos cadafalsos.
A todos
alentava com palavras e esmolas, levando a eles o Pão dos fortes, regado com o
Sangue de Cristo.
A cruel
perseguição perdurou por nove anos consecutivos, até a morte do imperador
Severo, quando a Igreja recobrou um certo período de paz.
Editou
importantes regras canônicas, especialmente as relativas à disciplina
eclesiástica.
Foi ele quem
determinou que os fiéis católicos comungassem, pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa.
Também, quanto
aos cálices sagrados, até então confecionados em madeira, determinou que
deveriam ser feitos, ao menos de vidro.
Durante o seu
pontificado, a cabeça da heresia reergueu-se furiosamente.
Praxeas, que no pontificado anterior se
havia retratado da pregação da sua heresia
patripasiana (negação da Santíssima Trindade), tentou novamente semear a
sua doutrina errónea e, por isto, foi duramente combatido pelo Papa.
Também Tertuliano, que coberto com uma capa de
austeridade e rigor, grande desgosto causou ao Santo Padre, voltando-se contra
ele com censuras e ataques, arrebanhando diversos adeptos, mergulhou
definitivamente na lama da sua doutrina insana.
São Zeferino governou a Igreja até o
ano de 217, quando recebeu a auréola dos mártires no dia 26 de agosto, sob o
governo do imperador Antonino.
Foi sepultado
no cemitério de Calisto, junto à Via
Ápia, que ele mesmo tinha encomendado ao seu diácono Calisto o encargo de
construir.
Fonte:
Evangelho Quotidiano | Imagem