São Joao Maria Vianney, modelo e patrono do clero paroquial
Conhecido
também como Santo Cura D´Ars, São João Maria Vianney nasceu em Dardilly, em
França, em 1786.
Filho de
camponeses guardava os rebanhos do pai e ajudava o irmão no campo.
Por viver numa
época atribulada de perseguições religiosas fez a 1ª Comunhão às escondidas
numa aldeia vizinha.
Nessa aldeia
vivia o Padre Balley que o tomou como aluno.
Só aprendeu a
ler aos 18 anos.
Nessa época foi
chamado a cumprir o serviço militar, mas por razões de saúde não compareceu e
foi considerado desertor.
Teve de se
esconder para não ser preso.
Mais uma vez o
P. Balley foi providencial e João Maria Vianney entrou para o seminário.
Os professores
no seminário ficaram muito desconsolados com a sua pouca capacidade para
aprender e acaba por ser mandado embora.
O padre Balley
não desistiu e foi-lhe dando aulas.
Sendo um homem
muito piedoso e de grande virtude é ordenado padre aos 30 anos, mas impedido de
confessar uma vez que foi considerado incapaz de orientar as almas.
Ficou como
coadjutor do P. Balley até este morrer passados três anos.
O Padre João
Maria Vianney foi então mandado para Ars.
Nesta pequena
aldeia fundou o Instituto da "Providência" para acolher órfãos.
Visitou os
doentes e as famílias mais precisadas e ainda restaurou a igrejinha local.
A sua devoção e
a sua abertura à ação do Espírito Santo tornaram-no um grande confessor.
Chegava a estar
cerca de 16 horas no confessionário e acabou por ficar famoso pelos conselhos
que dava.
Vinham pessoas
de todos os lugares para se para o ouvirem e confessarem.
Às 2h do dia 4
de agosto de 1859, o Santo Cura D’Ars partiu para a Casa do Pai. Foi canonizado
na festa de Pentecostes em 1925, pelo Papa Pio XI. A Igreja celebra a sua memória litúrgica a 4 de agosto.
Foi declarado
patrono de todos os sacerdotes e o seu túmulo, em Ars sur Formans, é lugar de
peregrinação. (1)
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Belo dever do homem: Orar e amar
“Prestai
atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu.
Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem
este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade
do homem sobre a terra.
A oração não é
outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a
Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma
luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois
pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar.
Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que
supera toda a compreensão humana.
Nós tornámo-nos
indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa
oração é o incenso que mais Lhe agrada.
Meus filhos, o
vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus.
A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma
coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel
que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem
feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.
Outro benefício
nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a
sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de
percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que
estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava
ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.
Há pessoas que
se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão
completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo
estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor
e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo
contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer
ou que pedir! No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos
perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus
deste modo: «Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado...».
Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que
pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.”
Da Catequese de São João Maria Vianney, presbítero (Catéchisme sur la prière: A. Monnin, Esprit du Curé d’Ars, Paris 1899, pp. 87-89) (Sec. XIX)
(1) Fonte: Santos de cada dia - Editorial A.O. – Braga (adaptado)