São Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir

A 8 de Janeiro de 1894, na Polónia, nasce Raimundo Kolbe numa família cristã muito fervorosa.

Aos 16 anos recebe o nome de Maximiliano quando entra para a ordem dos Padres Franciscanos Menores conventuais.

Estudou em Cracóvia e em Roma onde foi ordenado presbítero em 1918.

Ainda em Roma fundou uma Associação religiosa - “Milícia da Imaculada” - destinada ao apostolado católico mariano que tinha como ideal "Conquistar o mundo inteiro para Cristo através da Imaculada".

Por motivos de saúde (sofria de tuberculose), voltou a Cracóvia onde deu continuidade à “Milícia da Imaculada” e criou a “Revista Azul” ou “Cavaleiro da Imaculada” usando desta forma a comunicação social para evangelizar o mundo.

O êxito da revista foi enorme e fundou, perto de Varsóvia, uma comunidade "Niepokalanów“- “Cidade de Maria” ou “Cidade da Imaculada” com uma tipografia de onde saíram inicialmente 5 000 exemplares.

Posteriormente, partiu para o Japão com o objetivo de expandir o seu movimento Mariano e nasceu em Nagasaki uma segunda “Cidade de Maria”, com uma revista própria em japonês, e onde os feridos e órfãos da bomba atómica eram acolhidos.

Colaborou com protestantes, judeus e budistas pois acreditava que Deus inspira a verdade em todas as religiões.

Na sua passagem pela Índia estabelece uma terceira “Cidade de Maria”.

Devido à sua doença, voltou para "Niepokalanów” na Polónia que foi mandada destruir pelos nazis em 1939 levando a que os religiosos deixassem o convento.

No momento da partida, Maximiliano recomendou apenas: “Não se esqueçam do amor”.

Os que permaneceram cuidavam de feridos, doentes e refugiados sendo presos pouco depois e levados para o campo de concentração.

Após 3 meses foram libertados e voltaram a "Niepokalanów“e continuaram a sua missão.

Maximiliano voltou a ser preso e, em 28 de maio, é enviado para Auschwitz e obrigado a trabalhos forçados.

Durante a sua estada em Auschwitz, evangelizou os outros presos e ofereceu-se para morrer no lugar de um outro prisioneiro que era pai de família.

Morreu a 14 de agosto de 1941 a rezar a Ave-Maria.

São Maximiliano Kolbe é dos maiores devotos e apóstolos de Nossa Senhora.

Foi canonizado em 1982 pelo Papa João Paulo II sendo considerado o primeiro a sofrer o martírio durante o regime nazi. (1)

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O zelo apostólico pela salvação e santificação das almas

“Sinto grande alegria, querido irmão, pelo teu ardente zelo pela glória de Deus.

Nos nossos tempos, infelizmente, vemos com tristeza propagar se sob várias formas uma certa epidemia, a que chamam “indiferentismo”, não só entre os leigos, mas também entre os religiosos.

No entanto, porque Deus é digno de infinita glória, o nosso primeiro e mais importante objetivo é promover a sua glória, tanto quanto pode a nossa humana fraqueza, embora nunca possamos prestar-Lhe a glória que Ele merece, dado que somos frágeis criaturas.

Uma vez, porém, que a glória de Deus resplandece sobretudo na salvação das almas que Cristo resgatou com o seu próprio sangue, o principal e mais profundo empenho da vida apostólica deve ser o de procurar a salvação do maior número de almas e a sua mais perfeita santificação.

Sobre o caminho mais apto para este fim, isto é, para promover a glória divina e a santificação das almas, poucas palavras direi.

Deus, que na sua infinita ciência e sabedoria conhece perfeitamente o que devemos fazer em todas as circunstâncias para promover a sua maior glória, manifesta nos normalmente a sua vontade através dos seus representantes na terra.

É a obediência, e só ela, que nos manifesta com certeza a vontade divina.

É possível que o superior cometa um erro, mas não é possível que nós, seguindo a obediência, sejamos induzidos em erro.

A única exceção para não obedecer seria quando o superior mandasse alguma coisa que implicasse claramente uma transgressão da lei divina, por mais pequena que seja: nesse caso ele não seria intérprete fiel da vontade de Deus.

Só Deus é infinito, sapientíssimo, santíssimo; só Deus é Senhor clementíssimo, nosso Criador e nosso Pai, princípio e fim, sabedoria, poder e amor; Deus é tudo isto.

Portanto, tudo o que se encontra fora de Deus, tudo o que não é Deus, só tem valor na medida em que se refere a Ele, que é o Criador de todas as coisas e o Redentor dos homens, o fim último de toda a criação.

É Ele de facto que nos manifesta a sua adorável vontade por meio dos seus representantes na terra e nos atrai a Si, querendo também por meio de nós atrair as almas e uni las a Si na mais perfeita caridade.

Vê, irmão, como é grande, pela misericórdia de Deus, a dignidade da nossa condição.

Pela obediência, apesar dos limites da nossa pequenez, como que nos transcendemos, conformando nos à vontade divina, que, na sua infinita sabedoria e prudência, nos dirige para procedermos retamente.

Mais: aderindo à vontade de Deus, a que nenhum ser criado pode resistir, tornamo-nos mais fortes que todas as coisas.

É este o caminho da sabedoria e da prudência; é este o único caminho pelo qual podemos dar maior glória a Deus.

Se houvesse outro caminho mais apto, Cristo no-lo teria certamente manifestado com a sua palavra e o seu exemplo.

Mas a Escritura divina resume a sua vida, durante a longa permanência em Nazaré, com estas palavras: Era-lhes submisso; e insinua claramente que o resto da sua vida se passou sob o signo da obediência, declarando a cada passo que desceu à terra para fazer a vontade do Pai.

Amemos, portanto, irmãos, amemos com todo o coração o amantíssimo Pai celeste, e seja a nossa obediência a prova real desta caridade perfeita, que deve pôr se em prática sobretudo quando se nos pede o sacrifício da própria vontade.

De facto, para progredir no amor de Deus, não conhecemos livro mais sublime que Jesus Cristo crucificado.

Tudo isto o alcançaremos mais facilmente por intermédio da Virgem Imaculada, a quem Deus, com infinita bondade, tornou dispenseira da sua misericórdia.

Não há dúvida alguma de que a vontade de Maria é para nós a própria vontade de Deus.

Se a ela nos consagramos, como instrumentos nas suas mãos, como ela o foi nas mãos de Deus, tornamo-nos verdadeiramente instrumentos da misericórdia divina.

Deixemo-nos, portanto, dirigir por ela, deixemo-nos conduzir por ela, e fiquemos tranquilos e seguros sob o seu amparo: ela própria olhará por nós em todas as coisas, ela tudo providenciará; ela nos socorrerá prontamente nas necessidades de corpo e alma, ela nos livrará de todas as angústias e dificuldades.”

Das Cartas de S. Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir (Scritti del P. Massimiliano M. Kolbe, trad. ital., vol. I, p. I., Padova 1971, pp. 75-77; 166) (Sec. XX) 2

1 Fonte: Santos de Cada Dia - Editorial A.O. – Braga

2 Fonte