São Nicolau, Bispo – Padroeiro das crianças – 6 de dezembro
No dia 6 de dezembro a Igreja celebra a memória litúrgica de São Nicolau, muito amado pelos cristãos e alvo de inúmeras lendas.
Nicolau
nasceu na Ásia Menor, pelo ano de 275, filho de pais ricos, mas com uma
profunda vida de oração.
Tornou-se
sacerdote da diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no
clima de perseguição em que viviam os cristãos.
São
Nicolau é conhecido principalmente pelo seu amor para com os pobres, já que ao
receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os
necessitados.
Certa vez,
Nicolau, sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e
por isso o próprio pai, na loucura, lhes aconselhou a prostituição, atirou pela
janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes
das jovens. Daí que nos países do Norte da Europa, através da fantasia, tenham
visto em Nicolau o velho de barbas brancas que leva presentes às crianças no
mês de dezembro.
Sagrado bispo
de Mira, Nicolau conquistou todos com a sua caridade, zelo, espírito de oração,
e carisma de milagres.
Historiadores
relatam que, ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi
torturado e condenado à morte, mas felizmente salvou-se em 313, pois foi
publicado o édito de Milão que assegurava a liberdade religiosa.
São
Nicolau participou no Concílio de Niceia, onde Jesus foi declarado
consubstancial ao Pai.
Partiu
para o céu em 342 ao morrer em Mira com fama de santidade e de instrumento de
Deus para que muitos milagres chegassem ao povo. (1)
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A força do amor vença o temor da morte
“O Senhor
pergunta, não uma, mas duas e três vezes o que já sabia: se Pedro O amava; e
por três vezes ouve de Pedro repetir que O ama; e por três vezes faz a Pedro a
mesma recomendação, de apascentar as suas ovelhas.
À tríplice
negação corresponde a tríplice confissão, para que a língua não sirva menos ao
amor que ao temor, e não pareça que a iminência da morte o obrigou a falar mais
do que a presença da vida.
Seja
serviço de amor apascentar o rebanho do Senhor como foi sinal de temor negar o
Pastor. Os que apascentam as ovelhas de Cristo como se fossem suas e não de
Cristo, mostram que não amam a Cristo mas a si mesmos.
Contra
esses, que também o Apóstolo censura dizendo que procuram os próprios
interesses e não os de Cristo, estas palavras que o Senhor repete
insistentemente são uma séria advertência: Amas-Me? Apascenta as minhas
ovelhas.
Quer
dizer: se Me amas, não penses em apascentar-te a ti mesmo, mas sim as minhas
ovelhas: apascenta-as como minhas, não como tuas; procura nelas a minha glória
e não a tua; a minha propriedade e não a tua; os meus interesses e não os teus;
não sejas daqueles que nos tempos de perigo só se amam a si mesmos e tudo o que
deriva deste princípio, que é a raiz de todo o mal. Os que apascentam as
ovelhas de Cristo não se amem a si mesmos; não as apascentem como próprias, mas
como de Cristo.
O defeito
que mais devem evitar os que apascentam as ovelhas de Cristo consiste em
procurar os interesses próprios e não os de Jesus Cristo, destinando ao
proveito próprio aqueles por quem Cristo derramou o seu sangue.
O amor de
Cristo deve crescer até atingir tal grau de ardor espiritual naquele que
apascenta a suas ovelhas, que supere mesmo o natural temor da morte, que nos
leva a não querer morrer, ainda que queiramos viver com Cristo.
Mas, por
maior que seja o temor da morte, deve ser superado pela força do amor Àquele
que, sendo a nossa vida, quis também padecer a morte por nós.
Com
efeito, se na morte não houvesse nenhum sofrimento, não seria tão grande a
glória dos mártires. Mas, se o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas,
suscitou tantos mártires entre as suas ovelhas, quanto mais devem lutar pela
verdade até à morte, e até ao sangue, contra o pecado, aqueles a quem o Senhor
confiou a missão de apascentar as suas ovelhas, isto é, de as instruir e
orientar?
Perante o
exemplo da paixão de Cristo, e ao pensar em tantas ovelhas que já O imitaram,
quem não compreende que os pastores devem ser os primeiros a imitar o Pastor?
Na verdade, os mesmos pastores são também ovelhas do único rebanho, governado
pelo único Pastor. De todos nós Ele fez suas ovelhas, por todos nós padeceu; e,
para padecer por todos nós, Ele mesmo Se fez Cordeiro.”
Do Tratado de Santo Agostinho, bispo, sobre o Evangelho de São João (Tr. 123, 5; CCL 36, 678-680) (Séc. V) (2)
Fontes: (1) Evangelho Quotidiano | (2) SNLiturgia