Santos Reis Magos – 6 de janeiro

Adoração dos Reis Magos


Os três Reis Magos ou simplesmente os Magos, a que a tradição deu os nomes de Melchior, Baltazar e Gaspar, são personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após o seu nascimento, simbolizando a extensão da Boa Nova a todos os povos da terra.

A Sagrada Escritura refere «uns magos», o que significa que não seriam necessariamente três, nem reis, mas talvez sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros reais; a tradição fala de três pela quantidade de presentes oferecidos.

Seriam talvez astrólogos ou astrónomos, pois, segundo consta, viram uma estrela e foi isso que os levou até à região onde nascera Jesus, dito o Cristo.

Cientes de que se tratava do nascimento de um rei, os magos dirigiram-se ao palácio do rei Herodes, em Jerusalém, e interrogaram-no sobre o Menino, mas ele disse nada saber.

No entanto, Herodes sentiu-se ameaçado e pediu aos magos que, se encontrassem o Menino, o informassem, pois também queria ir adorá-lo – embora a sua intenção fosse matá-lo.

Conta o evangelho que a estrela que os precedia parou sobre o local onde estava o Menino Jesus; «ao ver a estrela, sentiram uma alegria imensa» (Mt 2, 10), e ofereceram a Jesus ouro, incenso e mirra, presentes cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, um resumo do evangelho e da fé cristã: o ouro representa a realeza (eles procuravam o «Rei dos Judeus»); o incenso representa a fé, e foi dado a Jesus para homenagear a sua divindade; e a mirra, resina antissética usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, remete para a morte de Jesus, verdadeiro homem, cujo corpo foi ungido com um composto de mirra e aloés (cf. Jo 19, 39-40).

«Tendo sido avisados num sonho para não retornarem a Herodes, retiraram-se por outro caminho para a sua terra» (Mt 2, 12). Nada mais diz a Escritura sobre essa história cheia de poesia, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.


Santos Reis Magos – 6 de janeiro
Adoração dos Reis Magos - Diego Velázquez (1619)


A melhor descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado Excerpta et Colletanea relata: «Melchior era um velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, que partiu de Ur, terra dos Caldeus; Gaspar era um jovem robusto de vinte anos, que veio de uma região montanhosa perto do mar Cáspio; e Baltazar era um mouro de barba cerrada e quarenta anos, que partiu do golfo Pérsico».

Quanto aos nomes, Gaspar significa «aquele que vai inspecionar», Melchior quer dizer «o meu rei é luz», e Baltazar traduz-se por «Deus manifesta o rei».

Como se pretendia dizer que simbolizavam os reis de todo o mundo, representariam as três raças humanas existentes, em idades diferentes.

A exegese vê na chegada dos reis magos o cumprimento a profecia contida no livro dos Salmos: «Todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão» (Sl 71, 11).

Devido ao tempo decorrido até os Magos chegarem ao local onde estava o menino, por causa da distância e da visita a Herodes, a tradição situa esta visitação no dia 6 de janeiro.

É aos Magos que devemos a tradição da troca de presentes no Natal, que em alguns países não é feita no Natal, mas no dia 6 de janeiro.

Fonte: Evangelho Quotidiano 

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