Jerusalém, capital do reino unido de Israel e Judá
Jerusalém
Situada num ponto alto das montanhas da Judeia, Jerusalém
não possui nenhuma das vantagens geográficas que antigamente eram exigências
prévias à fundação de uma grande cidade:
- não havia boas terras agrícolas nem jazidas minerais de
valor;
- não era um centro militar estratégico,
- e ficava a uns 13 km da principal rota entre o Oriente e o
Ocidente que atravessava a região.
Antes de David conquistar a cidade por volta de 1000 a. C. e
fazer dela a capital do Reino Unido de Israel e Judá, os Judeus não a consideravam
cidade santa.
Os vestígios arqueológicos situam o seu primeiro povoamento
pelo menos no 4.º milénio antes de Cristo, e existem registos históricos de uma
cidade situada no local no século XIX a. C.
Segundo a tradição, foi à principal colina de Jerusalém que
Abraão se dirigiu para sacrificar o seu amado filho Isaac, lugar que mais tarde
ficou assinalado pelo templo.
No século XIII a.C., Josué comandou a invasão de Canaã pelos
Hebreus, mas estes não expulsaram os habitantes jebuseus da cidade.
Com o rei David
David estabeleceu em Jerusalém a capital de um novo reino integrando
o Norte e o Sul.
David trouxe para Jerusalém a arca da aliança, guardando-a
numa tenda, exatamente como se fazia durante as viagens errantes dos Hebreus.
O que aconteceu à arca, depois do reinado de Salomão, é
nebuloso.
Em geral, os estudiosos presumem que ela foi destruída pelas
tropas babilónicas quando arrasaram Jerusalém e levaram os Hebreus para o
cativeiro, em 587 a. C.
Os Judeus começaram a regressar a Jerusalém em 538 a. C. e,
sob a liderança de Zorobabel,
reconstruíram o templo.
Após a conquista de Alexandre Magno por volta de 333
a. C. os Judeus dividiram-se novamente em fações, algumas querendo adotar os
costumes helenistas, outras determinadas em manter a pureza religiosa.
Quando os Selêucidas, em 167, exigiram a veneração dos deuses
pagãos, deu-se a revolta dos Macabeus; os seus descendentes hasmoneus governaram
um Estado judaico livre até à conquista romana de 63 a. C.
Herodes, o Grande
Herodes, o Grande, foi colocado no poder pelos Romanos num
combate contra os últimos hasmoneus, e foi Herodes quem construiu o mais
grandioso templo da história turbulenta da cidade.
Depois da crucifixão de Jesus e do apedrejamento do seu
discípulo Estêvão por um grupo de
judeus hostis de Jerusalém, os cristãos centraram a sua atividade em
Antioquia, ao norte.
A inimizade entre estes dois grupos marcou o início da
emergência do cristianismo como religião independente.
Durante a primeira revolta dos Judeus, de 66 a 70, estes voltaram a libertar Jerusalém, mas, com a subsequente vitória romana, a maior parte da cidade foi destruída e o templo incendiado.
Em 132 da nossa era,
surgiu uma segunda revolta, chefiada por Bar Cocba.