O "concílio" de Jerusalém
O universalismo cristão
Nos primeiros tempos da Igreja, a
vitória definitiva do universalismo cristão necessitava de superar ainda um
último obstáculo.
A admissão dos gentios na Igreja
tinha sido uma novidade difícil de compreender para muitos judeo-cristãos, agarrados
às suas velhas tradições.
Estes cristãos de origem judaica
consideravam que os gentios que se converteram, para poderem ser salvos,
necessitavam pelo menos de se circuncidar e de observar as prescrições da Lei
de Moisés.
Essas pretensões, que inquietaram
vivamente os cristãos procedentes da gentilidade, tiveram, no entanto, a
virtude de obrigar a pôr abertamente a questão das relações entre a Velha e a
Nova Lei e assentar de modo inequívoco a independência da Igreja em relação à
Sinagoga.
O "concílio" de Jerusalém
Para
tratar destes problemas, tão fundamentais para a Igreja nascente, reuniu-se no ano de 49 o
denominado «concílio» de Jerusalém.
Na
assembleia, Paulo e Barnabé foram os porta-vozes das igrejas da gentilidade e
deram testemunho das maravilhas que Deus tinha operado nelas.
O
Apóstolo Pedro, uma vez mais, falou com autoridade em defesa da liberdade dos
cristãos, relativamente às observâncias legais dos judeus.
O «concílio», sob proposta de Tiago, bispo de Jerusalém, acordou em não impor cargas supérfluas aos conversos gentios.
Bastaria que estes apenas guardassem alguns
preceitos simples: guardar-se da fornicação e, em respeito à Velha Lei,
abster-se de comer carnes sufocadas ou sacrificadas aos ídolos (Act 15, 1-33).
Assim
ficou resolvido de modo definitivo o problema das relações entre o Cristianismo
e a Lei mosaica.
Os
judeo-cristãos continuaram a existir ainda durante certo tempo na Palestina,
mas como fenómeno minoritário e residual, dentro de uma Igreja cristã cada vez
mais espalhada pelo mundo gentio.
Fonte: José Orlandis, Breve História do Cristianismo (Texto editado e adaptado) | Imagem
Sugestões:
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