Responsável, com Cristo, pela História dos Homens | És cristão… porquê?

«No princípio, Deus criou o céu e a terra».

É assim que a Bíblia começa o relato da criação.

E, no mundo, «Deus colocou o homem para que aí trabalhasse» (Gen 2,15).

Assim começou a nossa história humana, história que mostra a grandeza e ao mesmo tempo a miséria do homem: feita de grandes conquistas, de atos de coragem e de amor, mas também de crueldade, de guerras e de ódios.

A humanidade é como um povo a caminho.

Mas não se trata dum caminho à aventura, ao acaso; Deus segue com amor a nossa história, e desde que Jesus nasceu, faz parte dela.

Desde que Jesus é um de nós, Deus intervém na história dos homens, mas sem nos dominar, deixando-nos, antes, toda a responsabilidade.

Jesus faz-nos compreender mais claramente o nosso destino:

Somos criados pelo amor de Deus, não pelo acaso, e ele quer «reunir-nos num só povo».

O Evangelho diz que Jesus veio justamente para «reunir os filhos dispersos de Deus» (Jo 11,52).

Neste grande trabalho de unidade e de fraternidade, todos nós somos responsáveis: a história não é algo que se realize sem nós! E Cristo está a nosso lado e colabora connosco!

Ele prometeu o seu regresso na glória, para realizar a transformação final.

Nós, crentes, somos um povo que aguarda o regresso de Jesus.

Na Missa, oramos assim: «Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!»

Enquanto esperamos, Jesus compromete-nos a construir um mundo novo, fundado no amor e na justiça.

S. João fala de «novos céus e nova terra».

Será o poder de Deus que realizará esta «salvação final»; mas é necessária a cooperação de cada um de nós: também a tua!

É este o significado da Igreja no mundo: ela é como o fermento que transforma, pouco a pouco, toda a massa.

Assim a descreve o Concílio Ecuménico Vaticano II num dos mais importantes documentos:

«As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. A sua comunidade, de facto, é composta de homens que, reunidos em Cristo, guiados pelo Espírito Santo, receberam uma mensagem de salvação que a todos devem propor» (GS n.º 1).

Os grandes problemas dos homens de hoje, tu bem os conheces:

- A paz, sobretudo, que falta, dolorosamente, em tantas partes do mundo.

A paz - a experiência no-lo ensina - não a constroem os grandes políticos com os seus tratados e a sua diplomacia.

A paz é fruto do Espírito.

É preciso que os corações se transformem e que mudem as mentalidades.

Eis o teu compromisso, para seres um operador de paz: fazer primeiro em ti mesmo, depois em quem está perto de ti, esta mudança. É preciso difundir convicções, uma nova sensibilidade, sentido de responsabilidade.

A justiça social para todos os que trabalham e também para quem é deixado à margem da sociedade, como sejam os doentes e os idosos.

Hoje há uma grande sensibilidade a este respeito, mas muitas vezes só se fala de reivindicações, de direitos: e não se pensa nos deveres...

A verdadeira justiça só começa quando cada um cumpre a fundo os seus deveres.

Mas um cristão não se contenta com proceder de modo a que fique de consciência tranquila. Deve empenhar-se quanto pode para que a justiça social não fique em utopia.

- A fome dos povos subdesenvolvidos, de que tomamos conhecimento pelos jornais e pelas revistas.

Não chega ficar comovido e nem sequer contribuir, uma vez por outra, com dinheiro para ajudar os irmãos.

Trata-se, aqui, dum verdadeiro empenho político das nações «ricas para com as «pobres».

E sabemos que esta política será uma realidade tão só se as pessoas como tu, o quiserem e o exigirem.

Haverá que renunciar a alguma coisa para que elas o possam ter: e só quem ama sabe renunciar.

É claro que estes problemas são maiores que nós: sentimo-nos incapazes de os resolver.

Mas nós temos esta convicção: a maior coisa que podemos fazer é «viver a Igreja», porque, na Igreja, o Espírito trabalha connosco.

O empenho de viver a fé numa comunidade, põe-te em condições de realizar a salvação do homem.

Construir a Igreja é libertar o homem.

Jesus no-lo diz nestas palavras, muito mais belas que as nossas:

«Vós sois a luz do mundo, vós sois o sal da terra. Que a vossa vida brilhe de tal modo que os homens vejam as vossas obras e deem glória ao vosso Pai que está nos céus» (Mt 5,13-16).

Lê no Evangelho

João cap.10,1-18
(Jesus reúne a Humanidade como o pastor reúne o rebanho)

Mateus cap. 22,1-13
(Todos os homens são convidados para o banquete)

Fonte: “És cristão… porquê? – Primeira proposta de fé aos adultos”, M. Costa – R. Giordano | Imagem