Solenidade da Imaculada Conceição – 8 de dezembro



Definição do dogma da Imaculada Conceição

Maria é a Imaculada Conceição.

Esta verdade da fé quer dizer que Maria foi Concebida sem Pecado Original e Cheia de Graça.

Nós, em Cristo, pelo Batismo, somos salvos do Pecado Original (incapacidade de fazer o bem porque separados de Deus).

Maria foi preservada (salva antecipadamente) do mesmo pecado, em previsão dos méritos de Cristo.

Este é um mistério de fé em volta do qual se originaram grandes disputas, desde o séc. XII.

De um lado, eram os imaculistas, que defendiam que Maria foi concebida sem pecado, sem mácula; doutro, eram ao maculistas, que defendiam que Maria foi concebida com pecado, com mácula.

Os imaculistas faziam o chamado “voto de sangue”, isto é, estavam dispostos a dar vida para defender este mistério.

A nossa Congregação surgiu (em 1670) para defender e divulgar o mistério da Imaculada Conceição, muito antes de definido como dogma, isto é, como verdade que não se pode negar.

A celebração da Festa da Imaculada Conceição, no dia 8 de Dezembro, é já de costume antigo. Sabemos que no séc. XII já se celebrava.

O Papa Sisto IV, em 1482, aprovou a Festa da Imaculada Conceição e publicou uma Bula em defesa deste mistério.

Muitos outros Papas se pronunciaram a favor da Imaculada Conceição da Virgem Maria.

O Concílio de Basileia (1449) – não considerado Concílio ecuménico, por não ser convocado pelo Papa –, falando sobre este mistério, diz assim: «Definimos e declaramos aquela doutrina que trata da gloriosa Virgem Maria, Mãe de Deus - que com a proveniente e operante graça singular da Divina decisão, nunca a Virgem tivesse sido sujeita, na sua vida, ao pecado Original, mas que tivesse sido sempre imune de toda a original e actual culpa, Santa e Imaculada - como pia e conforme ao culto eclesiástico, a fé católica, a recta razão e a Sagrada Escritura».

Também o Concílio de Trento (1546), ao falar sobre o Pecado Original, declara «não ser intenção sua abranger neste decreto, onde se trata do Pecado Original, a Bem-aventurada e Imaculada Virgem Mãe de Deus».

Finalmente, a 8 de Dezembro de 1854, o Papa Pio IX definiu solenemente o Dogma da Imaculada Conceição, com estas palavras: “A bem-aventurada Virgem Maria foi, desde o primeiro instante da sua conceição, por uma graça e um favor singulares de Deus todo poderoso, em virtude dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada intacta de toda a mancha do pecado original”.

Esta era a Mãe que convinha a Jesus, o Cordeiro Imaculado. Ela, toda bela, é a Mãe do Amor Formoso.

A devoção à Imaculada Conceição em Portugal e no Brasil

A devoção à Imaculada Conceição é particularmente forte nos países lusófonos e acompanha a história de Portugal desde as suas origens. 

Três factos são suficientes para atestá-lo:

- No Cerco de Lisboa, em 1147, quando a cidade foi tomada dos muçulmanos por D. Afonso Henriques, o primeiro rei português, foi celebrada uma Missa pontifical de ação de graças em honra à Virgem da Conceição.

- Na crise dinástica do século XIV, que se resolveu com a Batalha de Aljubarrota, em 1385, D. Nuno Álvares Pereira (São Nuno de Santa Maria) mandou construir em Vila Viçosa um templo a Nossa Senhora da Conceição.

- Após a Restauração da Independência de Portugal, em 1640, D. João IV jurou e proclamou solenemente Nossa Senhora da Conceição como Rainha e Padroeira de Portugal e de todos os seus territórios ultramarinos (o que incluía, na época, o Brasil).

Na provisão régia — confirmada depois pelo próprio Papa —, o rei prometeu “confessar e defender sempre (até dar a vida sendo necessário) que a Virgem Maria Mãe de Deus foi concebida sem pecado original”.

Depois, num ato profundamente simbólico, coroou a imagem da Virgem da Conceição, na mesma igreja de Vila Viçosa, e desde então os reis de Portugal nunca mais colocariam a coroa real em sua cabeça, como forma de reconhecer na Virgem Maria a única verdadeira soberana de todo o reino lusitano.

Essa devoção também se tornou particularmente cara ao povo brasileiro, principalmente com a pesca milagrosa de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição no rio Paraíba, em 1717 — daí o culto à Virgem Aparecida.

No século seguinte, o Brasil se tornaria independente de Portugal, mas a devoção à Imaculada Conceição continua a unir espiritualmente as duas nações.

Textos retirados de páginas do FB

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