Santos Martinho de Dume, Frutuoso e Geraldo, bispos - 5 de dezembro
São Martinho de Dume
Martinho, oriundo da Panónia, na atual
Hungria, nasceu no princípio do século VI. Era um homem de grande erudição e
veio para a Galécia, por volta do ano 550.
Converteu
os suevos do arianismo à fé católica
e fixou-se em Dume. Aí fundou um
mosteiro, de que foi eleito bispo.
Em 569
ficou a ser também bispo metropolita de
Braga. Morreu no dia 20 de março, por volta do ano 579.
São Frutuoso
Frutuoso nasceu no princípio do século VII, de
nobre família visigótica.
Fundou
numerosos mosteiros, que muito contribuíram para a educação da juventude, como
centros de vida religiosa e cultural.
Finalmente,
nomeado bispo metropolita de Braga,
a fama da sua santidade e sabedoria estendeu-se a toda a Península Hispânica.
Morreu no
dia 16 de abril, por volta do ano 665.
São Geraldo
Geraldo nasceu na Gália, de nobre família.
Professou no mosteiro de Moissac, de
onde passou para Toledo.
Eleito bispo de Braga, exerceu grande
atividade na reorganização da diocese, na promoção da vida monástica, na
reforma litúrgica e pastoral, bem como na aplicação da disciplina eclesiástica.
Morreu na
localidade de Bornes, no dia a 5 de
dezembro de 1108, quando fazia as visitas pastorais nessa distante região.
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Os que temem o Senhor são justificados e as suas boas obras brilham como a luz
“Não
procures granjear a amizade de alguém por meio da adulação, nem permitas que
outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem arrogante;
submete-te e não te imponhas; conserva a serenidade e aceita de boa mente as
advertências e com paciência as repreensões. Se alguém te repreender com razão,
reconhece que é para teu bem; se o faz sem motivo, admite que é com boa
intenção. Não temas as palavras ásperas, mas sim as brandas. Emenda-te dos teus
defeitos e não sejas curioso indagador ou severo censor dos alheios; corrige os
outros sem incriminação, prepara a advertência com mostras de sincera simpatia,
e ao erro dá facilmente desculpa.
Não
exaltes nem humilhes pessoa alguma. Sê discreto a respeito do que ouves dizer e
acolhedor benévolo dos que te querem ouvir. Responde prontamente a quem te
pergunta e cede facilmente a quem porfia, para que não venhas a cair em
contendas e imprecações.
Se és
moderado e senhor de ti mesmo, vigia sobre as moções do teu ânimo e os impulsos
do teu corpo, evitando todas as inconveniências; não os ignores pelo facto de
serem ocultos; pois não importa que ninguém os veja, se tu de facto os vês.
Sê
flexível, mas não leviano; constante, mas não teimoso. A tua ciência não seja
ignorada nem molesta. Considera a todos iguais a ti; não desprezes os
inferiores com altivez, e não temas os superiores, se vives rectamente. Em
matéria de obséquios e saudações não te dispenses nem os exijas. Para todos deves
ser afável; para ninguém, adulador; com poucos, familiar; para todos, justo.
Sê mais
severo no discernimento do que nas palavras e mais nobre na vida do que na
aparência. Afeiçoa-te à clemência e detesta a crueldade. Quanto à boa fama, não
apregoes a tua nem invejes a alheia. Sobre rumores, crimes e suspeitas não
sejas crédulo nem inclinado a pensar mal, mas opõe-te decididamente àqueles que
com aparente simplicidade maquinam a difamação alheia.
Sê tardo
para a ira e fácil para a misericórdia; firme nas adversidades, prudente e
moderado nas prosperidades; ocultador das próprias virtudes, como outros o são
dos vícios. Evita a vanglória e não busques o reconhecimento das tuas
qualidades.
A ninguém
desprezes por ignorante. Fala pouco, mas tolera pacientemente os faladores. Sê
sério mas não desumano, e não menosprezes as pessoas alegres.
Sê
desejoso da sabedoria e dócil. Sem presunção, ensina o que sabes a quem to
pedir; e sem disfarçar a ignorância, pede que te ensinem o que não sabes.”
Do Opúsculo «Fórmula de vida honesta», de São Martinho de Dume, bispo (Cap. 3:
PL 72, 26) (Séc. VI)
Fonte:
SNLiturgia