Santo Alberto Magno, Bispo, Doutor da Igreja, +1280

Santo Alberto Magno, Bispo, Doutor da Igreja, +1280

Santo Alberto Magno

Santo Alberto, apelidado de «Magno», foi, sem dúvida, um dos maiores sábios de todos os tempos.

Nasceu em Lauingen, junto do Danúbio, na Alemanha, por volta do ano 1206.

Fez os seus estudos em Pádua e em Paris. Entrou na Ordem dos Pregadores e exerceu o magistério em vários lugares com grande competência.

Não dominava apenas, como Mestre, a Filosofia e a Teologia (matérias em que teve como discípulo S. Tomás de Aquino), mas também estendia seu saber às Ciências Naturais.

Foi físico e químico, estudou astronomia, meteorologia, mineralogia, zoologia, botânica, escreveu livros sobre tecelagem, navegação, agricultura.

Tão assombroso acumular de ciência não o impediu, porém, de ser um piedoso e exemplar dominicano.

Nomeado Bispo de Regensburg, mostrou-se Pastor zeloso e exemplar, pondo todo o seu empenho em estabelecer a paz entre os povos e cidades; mas, logo que pôde, pediu e obteve dispensa das funções episcopais e retornou à sua cela de monge humilde e sábio.

É autor de muitas e importantes obras, tanto de cultura sagrada, como profana.

Foi chamado o "Doutor Universal".

Morreu em Colónia, na Lotaríngia, atualmente na Alemanha, no ano 1280.

Foi beatificado pelo Papa Gregório XV, em 1622, e canonizado pelo Papa Pio XI, a 16 de dezembro de 1931.

A Igreja Católica celebra a sua memória litúrgica no dia 15 de novembro. 

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Pastor e doutor para edificação do Corpo de Cristo

"Fazei isto em memória de Mim. Nestas palavras de Cristo há a notar duas coisas. A primeira é o mandato de celebrarmos este sacramento, quando diz: Fazei isto. A segunda é a afirmação de que se trata do memorial do Senhor que vai morrer por nós.

Fazei isto. Com efeito, não pôde mandar fazer nada mais útil, mais agradável, mais salutar, mais apetecível nem mais semelhante à vida eterna. Vejamos isto ponto por ponto.

O que é mais útil para a nossa vida é o que serve para nos dar o perdão dos pecados e a plenitude da graça. O Pai das almas, ensina-nos tudo o que é útil para receber a sua santificação. Mas a sua santificação consiste no sacrifício de seu filho, isto é, na oblação sacramental, na qual Se ofereceu por nós ao Pai e Se ofereceu a nós para que O celebrássemos no sacramento.

Por eles Me santifico a Mim próprio. Cristo, que pelo Espírito Santo Se ofereceu a Deus como sacrifício imaculado, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos o Deus vivo.

Nada mais agradável podemos fazer. Na verdade, que há de mais agradável do que o sacramento que contém todas as delícias divinas? Enviastes ao vosso povo um pão do Céu, já preparado, contendo em si todas as delícias e bom para todos os gostos. Este alimento revelava a doçura que tendes para com os vossos filhos, adaptava se ao gosto de quem o comia e acomodava se ao desejo de cada um.

Não pôde mandar fazer nada mais salutar. Este sacramento é fruto da árvore da vida e quem o recebe com fé sincera e devota jamais provará a morte. É árvore da vida para quem a alcançar; feliz o homem que a possuir. O que Me come viverá por Mim.

Não pôde mandar fazer nada mais apetecível. Este sacramento é fonte de amor e de união. Ora a maior prova de amor é dar se a si mesmo em alimento. Diziam os homens do meu acampamento: Quem nos dará a sua carne para nos saciarmos?

É como se dissesse: Amei os tanto a eles e eles a Mim que Eu ansiava por estar no seu interior e eles ansiavam por Me receberem, de modo que se incorporassem em Mim como membros do meu Corpo. Era impossível um modo de união mais íntimo e natural entre Mim e eles.

Também não podia mandar fazer nada de mais semelhante à vida eterna. Pois a permanência da vida eterna vem de Deus, que, com a sua doçura, Se infunde a Si mesmo nos bem-aventurados. Este sacramento é a mais perfeita aproximação da vida eterna, porque esta consiste em saborear a doçura de Deus que Se comunica a Si mesmo e aos bem-aventurados."

Do Comentário de Santo Alberto Magno, bispo, sobre o Evangelho de São Lucas (22, 19: Opera omnia, Paris, 1890-1899, 23, 672-674) (Séc. XIII)

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