Carta aos Filipenses – nova tradução da Bíblica (CEP)

Carta aos Filipenses – nova tradução da Bíblica (CEP)


Fundada e fortificada por Filipe II, pai de Alexandre Magno, a cidade de Filipos, situada na Macedónia, era, na época neotestamentária, uma cidade importante, estrategicamente edificada ao longo da Via Ignatia, que ligava Roma aos territórios da Ásia. Nela surgiu a primeira comunidade cristã da Europa.

Paulo chegou à cidade no decurso da segunda viagem apostólica, provavelmente no ano 49 ou 50 (At 16,11-40). O anúncio do evangelho teve como destinatários sobretudo os pagãos e foi interrompido por uma perseguição (1Ts 2,2). O apóstolo ficou sempre muito ligado à comunidade de Filipos, sendo a única da qual ele aceitou auxílio económico (Fl 4,16; 2Cor 11,9).

Embora faça referência a certas dificuldades por que passam os filipenses, a carta não parece ter o objetivo de clarificar assuntos doutrinais ou mesmo resolver problemas específicos da comunidade.

Embora acabe por abordar algumas destas questões – como as divisões existentes (2,1-5), a infiltração de cristãos judaizantes que põem em causa o evangelho pregado na comunidade (3,1-11), ou a mentalidade laxista de alguns cristãos de Filipos (3,17-19) – o apóstolo parece querer evitar tais temas.

A ocasião para a missiva parece ter surgido com a chegada de Epafrodito, portador de um auxílio económico da comunidade de Filipos (4,10-19); durante a sua estadia, porém, este adoeceu gravemente e Paulo, que tinha já feito planos para enviar Timóteo a fim de ter notícias da comunidade, decide mandar de volta o próprio Epafrodito, entretanto já recuperado, para descansar o espírito dos filipenses, que tinham sabido da sua enfermidade (2,19-30). É provavelmente ele o portador da carta.

O local onde a carta foi escrita tem suscitado muita discussão. Quando a escreve, Paulo afirma-se prisioneiro (1,7.12-17) e menciona o pretório e a casa de César (1,13; 4,22). A partir destes dados, têm sido propostos três lugares para a emissão da carta: Roma, Cesareia ou Éfeso.

Temos notícias certas da prisão de Paulo em Cesareia (At 23,23ss) e de uma espécie de cárcere domiciliário em Roma (At 28,16.30-31). Tanto Roma como Cesareia estão demasiado distantes de Filipos para permitirem a facilidade de contatos que nela se presume.

Mas Paulo fala também de outras tribulações e prisões na Ásia (2Cor 1,8; 11,23) e, em 1Cor 15,32, fala da luta contra as feras em Éfeso, referindo-se às dificuldades sofridas no decurso da sua presença de mais de dois anos na cidade (At 19,1-11).

Hoje, a maioria dos exegetas coloca nesta cidade o cativeiro de Paulo, durante o qual escreve aos filipenses, entre os anos 52 e 54.

Ao colocar online a tradução provisória da Carta aos Filipenses, a Comissão Coordenadora da Tradução da Bíblia da CEP convida a comunidade a envolver-se no processo de tradução e revisão deste documento e dispõe-se a acolher o contributo dos leitores, em ordem ao melhoramento da compreensibilidade do texto.

A tradução provisória deste e de outros textos bíblicos está disponível para download no site da Conferência Episcopal Portuguesa.

As achegas e comentários devem ser enviados através do endereço eletrónico biblia.cep@gmail.com.

Fonte: newsletter do Secretariado Nacional de Liturgia | Imagem  

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