São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico

São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico

São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino nasceu em 1224 0u 1225, no castelo de Roccasecca – Aquino (Itália). Era filho do Conde Landulf de Aquino.

Educado no Mosteiro de Monte Cassino e tomando mais tarde os votos de frade dominicano é, juntamente com São Alberto Magno (de quem foi discípulo em Colónia), o teólogo e filósofo mais importante da Idade Média.

De 1252 a 1259 ensinou em Paris, e mais tarde em Orvieto, Viterbo e Roma, fazendo-o de novo em Paris desde 1269 até 1272, data em que o chamaram a Nápoles para se encarregar da direção do Estudo Geral.

A partir do século XV, é conhecido pelo título honorífico de Doctor angelicus.

Tal como Alberto Magno, Tomás baseia a sua filosofia nos escritos de Aristóteles e de Santo Agostinho.

Distinção entre teologia e filosofia

Estabelece pela primeira vez a distinção entre teologia e filosofia, ou seja, entre fé e ciência; mas a ciência leva-o à fronteira onde começa a fé: só a união de ambas as disciplinas pode levar a consumar a sabedoria cristã.

Na estrutura do homem, Tomás evidencia a relação corpo-alma, ou seja, a ligação de matéria e espírito numa unidade essencial.

A sua demonstração da existência de Deus apoia-se na semelhança das criaturas com Deus; o homem comporta-se eticamente bem quando atua de acordo com a ordem da Criação.

Tomás ampliou o caminho aberto por Alberto 

Retomando o caminho aberto por seu mestre, mas ampliando-o a tal ponto que um mundo inteiro nele caberá, aparece Tomás de Aquino, o "doutor angélico”.

No seu ensino, essencialmente dinâmico, como em seus escritos - notadamente em suas duas sumas: Summa Contra Gentiles e Summa Theologica - Tomás tende a construir a síntese teológica das verdades reveladas e a síntese filosófica das verdades acessíveis à razão.

Para Tomás, o assentimento à Palavra de Deus deve desencadear uma curiosidade em que natureza e graça são igualmente solicitadas.

A teologia torna-se uma ciência a um tempo contemplativa e especulativa; a fé está sempre à procura de inteligência; razão e fé distinguem-se para se unirem.

A própria vida de Tomás de Aquino foi - na doçura, na humidade e na fidelidade às tarefas quotidianas – uma constate ilustração dessa dupla avidez do espírito e do coração.

Tomás na história da Igreja

Jacques Maritain, um dos mestres do tomismo contemporâneo, esclareceu perfeitamente o lugar ocupado por Tomás no coração da história da Igreja, no centro desse século "orgânico" que foi o século XIII: 

"Ele leva a inteligência ao seu objeto, orienta-a para seu fim, entrega-a à sua natureza. Diz-lhe que ela é feita para o ser, sujeita ao objeto, mas para chegar à sua verdadeira liberdade, pois é nessa submissão que ela restabelece dentro de si suas hierarquias essenciais e a ordem de suas virtudes".

Quanto ao padre M. D. Chenu, seu grande mérito foi o de ter mostrado que os teólogos do século XIII não foram somente leitores de Aristóteles, mas também religiosos que pensavam a sua fé numa atmosfera espiritual.

São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico

Doutor da Igreja

São Tomás de Aquino morreu a 7 de março de 1274, na Abadia de Fossanova. 

Foi canonizado em 1322 e elevado a doutor da Igreja em 1567.

A Igreja celebra a sua memória litúrgica no dia a 28 de Janeiro, dia em que o seu corpo foi trasladado para Tolosa, no ano 1369.

Fontes: História da Igreja, Pierre Pierrard + História Universal Comparada (VI)

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