Santos Cirilo, monge, e Metódio, bispo, co-padroeiros da Europa – 14 de fevereiro

Santos Cirilo, monge, e Metódio, bispo, co-padroeiros da Europa – 14 de fevereiro

Santos Cirilo e Metódio

Metódio e Cirilo nasceram na Macedónia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé, pela vocação apostólica e até pela morte.

Cirilo nasceu na Macedónia em 826.

Ainda jovem, foi levado a estudar em Constantinopla, capital do então Império Bizantino, onde se formou.

Posteriormente, lecionou filosofia e foi diplomata junto aos árabes.

Como o irmão, tornou-se monge.

Metódio nasceu em 815.

Ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedónia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos.

Com trinta e oito anos, Metódio abandonou a carreira política e tornou-se monge, sendo seguido pelo irmão poucos anos depois.

A missão apostólica dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa missão de conversão dos povos eslavos, de quem ambos tinham aprendido a língua e os costumes.

Ambos souberam adaptar os rituais e ensinamentos cristãos à cultura e à língua eslavas, traduzindo para aquele idioma as Sagradas Escrituras e os textos litúrgicos e criando um alfabeto novo que ficou com o nome de alfabeto cirílico.

Sua evangelização gerou muitos frutos porque ensinaram o povo a rezar, cantar e ler tudo em sua própria língua. Na época, os textos sagrados só existiam em grego ou latim e não podiam ser traduzidos.

Foi justamente isso que gerou revolta contra os evangelizadores. Muitos religiosos se opuseram ao trabalho de Metódio e Cirilo.

Tendo sido perseguidos, os dois irmãos foram chamados a Roma, onde conseguiram o apoio papal e a sua bênção para os livros que haviam traduzido.

Cirilo, que antes se chamava «Constantino», chegou doente da missão, teve a doença agravada com a viagem e acabou por falecer, aos quarenta e dois anos de idade.

Metódio foi sagrado bispo de Sírmium – hoje Sremska Mitrovica, na atual Sérvia – e voltou para a missão, mas, numa segunda viagem a Roma, em 885, quando teve que defender pessoalmente outra vez o seu trabalho de "adaptação da Fé à cultura local", acabou por morrer, em Velehrad, na Morávia, no dia 6 de abril de 885.

Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II. (1)


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Fazei crescer a vossa Igreja e reuni a todos na unidade

Constantino Cirilo, fatigado pelos muitos trabalhos, caiu doente; e quando havia já muitos dias que suportava a doença, teve em certa ocasião uma visão de Deus e começou a cantar assim: «O meu espírito alegrou-se e o meu coração exultou, quando me disseram: Vamos para a casa do nosso Deus».

Depois envergou trajes de cerimónia e permaneceu assim todo aquele dia, cheio de alegria e dizendo: «A partir de agora não sou servo nem do imperador, nem de homem algum na terra, mas unicamente de Deus Omnipotente. Eu não existia, mas agora existo e existirei para sempre. Amen». No dia seguinte, vestiu o santo hábito monástico e, juntando luz à luz, impôs-se o nome de Cirilo. E permaneceu assim cinquenta dias.

Ao chegar a hora de receber o repouso e de emigrar para as habitações eternas, ergueu as mãos para Deus e rezou, chorando e dizendo:

«Senhor meu Deus, que criastes todas as ordens de anjos e os espíritos incorpóreos, estendestes o céu e firmastes a terra e formastes do nada todas as coisas que existem, Vós que sempre atendeis aqueles que fazem a vossa vontade, Vos temem e observam os vossos preceitos, atendei a minha oração e conservai na fidelidade o vosso povo de quem me fizestes servo incompetente e indigno.

Livrai-o da malícia ímpia e pagã dos que blasfemam contra Vós; fazei crescer a vossa Igreja e reuni a todos na unidade. Ao povo escolhido tornai-o concorde na fé verdadeira e na recta confissão e inspirai aos seus corações a palavra da vossa doutrina: porque é dom vosso que nos tenhais escolhido para pregar o Evangelho do vosso Ungido, incitando-nos a praticar boas obras e a fazer o que é do vosso agrado. Aqueles que me destes, eu Vo-los devolvo, porque são vossos; governai-os com a vossa mão direita e protegei-os à sombra das vossas asas, para que todos louvem e glorifiquem o vosso nome, Pai e Filho e Espírito Santo. Amen».

Depois de ter beijado a todos com o ósculo santo, disse: «Bendito seja Deus, que não nos entregou aos dentes dos nossos adversários, mas rompeu as suas redes e nos libertou do mal que tramavam contra nós». E assim adormeceu no Senhor, com a idade de quarenta e dois anos.

O Papa ordenou que todos os gregos que estavam em Roma, juntamente com os romanos, se reunissem, acendessem velas e cantassem as suas exéquias, e que lhe fossem dadas honras funerárias não inferiores às que seriam tributadas ao próprio Papa; e assim se fez.

Da Vida de Constantino em língua eslava (Cap. 18: Denkschriften der kaiserl. Akademie der Wissenschaften 19 [Wien 1870], 246) Fonte

(1) Fonte: Evangelho Quotidiano (texto adaptado)

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