Sentido do termo «mistério pascal»

 

Sentido do termo «mistério pascal»

Sentido do termo «mistério pascal»

“Na tradição bíblica, a palavra mistério evoca os desígnios salvíficos de Deus, «escondidos desde a fundação do mundo» (Mt 13, 35).

Estes desígnios foram sendo realizados e revelados gradualmente ao longo da história da salvação, até que Jesus Cristo, pela sua vida, morte e ressurreição, lhes deu radical cumprimento, para lhes conferir gloriosa consumação quando vier no fim dos tempos a entregar ao Pai o seu Reino de verdade, justiça, santidade e paz.

A expressão, hoje corrente na terminologia cristã, de mistério pascal, para designar a obra salvífica de Cristo e da sua Igreja, começa por evocar a Páscoa dos Hebreus, memorial da intervenção misericordiosa de Javé, que libertou o seu povo da escravidão do Egipto.

Pela mão do seu enviado, Moisés, o Senhor fez o povo atravessar as águas do Mar Vermelho, purificou-o das contaminações idolátricas ao longo dos quarenta anos de deserto, em que se alimentou do maná, com ele estabeleceu aliança e fê-lo, por fim, entrar na Terra Prometida.

O que, à maneira de sinal profético, aconteceu ao povo escolhido do Antigo Testamento, veio encontrar plena realização na Igreja, o novo povo de Deus.

Jesus Cristo, o novo Moisés, enviado pelo Pai a libertar-nos da escravidão do pecado e a introduzir-nos no seu Reino, faz-nos agora, na Igreja, passar pelas águas purificadoras e vivificantes do Baptismo, conduz-nos como peregrinos através deste mundo, alimentados com o maná da sua palavra e da Eucaristia, até chegarmos à mansão da eterna felicidade, onde com Ele triunfaremos para sempre na perfeita união com o Pai no Espírito Santo.

O mistério pascal, fulcro da obra salvadora de Cristo, e que hoje na Igreja se nos aplica, merece ser aprofundado em séria meditação, que o considere na realidade da pessoa, vida e obra de Cristo, e também na missão da Igreja e, através dela, na vida do cristão e do mundo.”

Fonte: Instrução Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa sobre o Domingo e a sua Celebração (nº14). Fátima, 9 de Junho de 1978 (texto editado para melhor leitura em smartphones) | Imagem

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