Beato Gonçalo de Amarante, presbítero, +1262 - 10 de janeiro
Beato Gonçalo de Amarante
São Gonçalo é o santo português que, sobretudo no
Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de Santo António de Lisboa.
Na sua História Eclesiástica de Portugal, o
Padre Miguel de Oliveira diz apenas o seguinte: «S. Gonçalo de Amarante que se supõe falecido a 10 de Janeiro de 1259; o
seu culto foi permitido pelo Papa Júlio III (24 de Abril de 1551) e confirmado
por Pio IV (1561); Clemente X estendeu o ofício e a Missa a toda a Ordem
dominicana (1671)».
Terá sido
São Gonçalo uma invenção posta ao serviço de uma qualquer ideia ou propósito,
ou podemos perceber o percurso da sua devoção ou do seu culto?
O mais
antigo documento que se refere a São
Gonçalo, é um testamento de 18 de Maio de 1279 em que uma tal Maria Johannis lega os seus bens à igreja de São Gonçalo de Amarante.
Quer
dizer, uns 20 anos depois da morte de São Gonçalo existia uma igreja dita «de
São Gonçalo de Amarante». E há outros documentos... e escritos sobre a
figura de São Gonçalo e o seu culto.
Na biografia oficial de São Gonçalo,
apresentada como tal a partir do Flos Sanctorum de 1513, não há
dúvidas: Gonçalo, nasceu em Tagilde, estudou rudimentos com um devoto sacerdote
e frequentou depois a escola arquiepiscopal de Braga.
Ordenado
sacerdote foi nomeado pároco de São Paio de Vizela.
Depois foi
a Roma e Jerusalém; no seu regresso,
vendo-se desapossado do seu benefício, prosseguiu um caminho de busca interior
já anteriormente encetado, depois foi a experiência da vida eremítica, a
pregação popular..., e logo caiu na ambiência mendicante da época, após o que
se faria dominicano...
As coisas
não são assim tão lineares. De qualquer modo, tenha sido padre diocesano,
cónego de Santa Maria em Guimarães, beneditino ou dominicano, tenha - quase por
certo - passado de uma a outra condição, nenhuma destas hipóteses esbate a riqueza
e o vigor da sua figura. (1)
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O exercício do ministério sacerdotal, fonte de santidade
Os
sacerdotes atingirão a santidade da maneira que lhes é própria, se exercerem as
suas funções sincera e infatigavelmente no espírito de Cristo.
Sendo eles
os ministros da palavra de Deus, todos os dias leem e ouvem essa mesma palavra
de Deus que devem ensinar aos outros; e se ao mesmo tempo se esforçam para a
receberem em si mesmos, cada vez se tornarão mais perfeitos discípulos do Senhor,
segundo a palavra do apóstolo São Paulo
a Timóteo: Medita estas coisas, permanece
nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado
contigo e com o teu ensino. Sê perseverante em tudo isso. Se assim procederes,
salvar-te-ás a ti mesmo e àqueles que te ouvem. Porque, investigando como
melhor poderão dar aos outros aquilo que meditaram, mais profundamente
saborearão as insondáveis riquezas de Cristo e a multiforme sabedoria de Deus.
Tendo
presente que é o Senhor quem abre os corações e que a excelência do seu poder
não vem deles mas de Deus, no próprio ato de ensinar a palavra de Deus
unir-se-ão mais intimamente com Cristo mestre e se deixarão conduzir pelo seu
Espírito. Assim unidos a Cristo, participam da caridade de Deus, cujo mistério,
escondido desde os tempos antigos, foi revelado em Cristo.
No
mistério do sacrifício eucarístico, em que os sacerdotes cumprem o seu
principal ministério, realiza-se continuamente a obra da nossa redenção.
Enquanto os sacerdotes se unem com a ação de Cristo sacerdote, oferecem-se
todos os dias totalmente a Deus e, alimentando-se do Corpo do Senhor,
participam de coração na caridade d’Aquele que Se dá como alimento aos fiéis.
De modo semelhante, na administração dos sacramentos, unem-se com a intenção e
a caridade de Cristo.
Ao
governar e apascentar o povo de Deus, sentem-se movidos pela caridade do Bom
Pastor a dar a vida pelas ovelhas, prontos também para o supremo sacrifício, a
exemplo daqueles sacerdotes que ainda em nossos dias não recusaram sacrificar a
própria vida.
Como
educadores da fé e tendo eles mesmos a firme esperança de entrar no santuário
pelo Sangue de Cristo, aproximam-se de Deus com o coração sincero, na plenitude
da fé; cultivam a esperança firme quanto aos seus fiéis, a fim de poderem
consolar aqueles que se encontram na angústia, por meio daquela exortação com
que eles são exortados por Deus.
Como
chefes da comunidade, cultivam a ascese própria dos pastores das almas,
renunciando aos próprios interesses, buscando não a sua utilidade particular
mas a de todos, para que se salvem, progredindo sempre e cada vez mais no
desempenho do seu múnus pastoral.
Do Decreto Presbyterorum Ordinis, do Concílio do Vaticano II, sobre o ministério
e a vida dos sacerdotes (N. 13) (séc. XX) (2)
Fontes:
(1) Evangelho Quotidiano | (2)