São João Bosco, presbítero, +1888 - 31 de janeiro

ão João Bosco, presbítero, +1888 - 31 de janeiro


"Vinde benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo". Mt 25,34

João Bosco nasceu em 1815, perto de Castelnuovo, na diocese de Turim.

Sofreu muitas privações na sua infância.

Viveu numa época religiosamente confusa, marcada pela luta entre conservadores e liberais. 

Marcada também pelo afastamento dos operários, que da Igreja passaram para o socialismo, e, ainda, pelo afastamento dos intelectuais, que debandaram para o Modernismo.

Ordenado presbítero, consagrou todas as suas energias à educação da juventude, usando o método da persuasão, da religiosidade autêntica, do amor que procura prevenir, em vez de reprimir.

Fundou várias obras, sobretudo a Sociedade Salesiana de são Francisco de Sales e, com o auxílio de santa Maria Domingas Mazzarello, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, para a formação da juventude no trabalho e na vida cristã.

Esquecemos, por vezes, que São João Bosco foi escritor e que marcou, como tal, o seu tempo e o nosso.

Da sua iniciativa surgiram as Leituras Católicas, em fascículos mensais, e uma Biblioteca da Juventude.

A máxima do Santo, é bem conhecida: "Mais vale prevenir do que remediar".

A oração da missa revela o conteúdo da vida deste santo: "Deus suscitou Dom Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".

Morreu no dia 31 de janeiro de 1888, em Turim na Itália. (1)


Retrato de São João Bosco.

(Créditos: De Agostini/Getty Images.)

Como Jesus, manso e humilde de coração

Antes de mais, se queremos ser amigos do verdadeiro bem dos nossos alunos e encaminhá-los para o cumprimento dos seus deveres, é necessário que nunca vos esqueçais de que sois representantes dos pais desta querida juventude, esta juventude que foi sempre o terno objeto das minhas preocupações, dos meus estudos, do meu ministério sacerdotal e da nossa Congregação Salesiana.

Quantas vezes, meus queridos filhos, na minha longa carreira, me tive de convencer desta grande verdade: é mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma criança do que persuadi-la; direi mesmo que é mais cómodo, para a nossa impaciência e para a nossa soberba, castigar os recalcitrantes do que corrigi-los, suportando-os com firmeza e benignidade.

A caridade que vos recomendo é aquela de que usava São Paulo com os recém-convertidos e que muitas vezes o fez chorar e suplicar quando os encontrava menos dóceis e menos dispostos a corresponder ao seu zelo.

Tende cuidado que ninguém possa julgar que procedeis movidos pelo ímpeto da emoção repentina. Dificilmente quem castiga é capaz de conservar aquela calma que é necessária para afastar qualquer dúvida de que agimos para demonstrar a nossa autoridade ou desafogar o nosso mau humor.

Olhemos como filhos nossos para aqueles sobre os quais exercemos alguma autoridade. Ponhamo-nos ao seu serviço como Jesus, que veio para obedecer e não para dar ordens, envergonhando-nos de tudo o que nos possa dar a aparência de dominadores; e se algum domínio exercemos sobre eles, há-de ser apenas para os servir melhor.

Assim fazia Jesus com os seus Apóstolos, tolerando-os na sua ignorância e rudeza, e inclusivamente na sua pouca fidelidade; era tal a familiaridade e afeição com que tratava os pecadores que a alguns causava espanto, a outros escândalo, e em muitos infundia a esperança de receber o perdão de Deus; por isso nos ordenou que aprendêssemos d’Ele a ser mansos e humildes de coração.

Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda a cólera quando devemos censurar as suas falhas, ou ao menos moderemo-la de tal modo que pareça totalmente dominada.

Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias nos lábios; mas tenhamos compaixão no presente e esperança no futuro: então seremos verdadeiros pais e conseguiremos uma verdadeira correção.

Em certos momentos muito graves ajuda mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante Ele, do que uma tempestade de palavras, que só fazem mal a quem as ouve e de nenhum proveito servem para quem as merece.

Das Cartas de São João Bosco, presbítero (Epistolario, Torino 1959. 4, 201-203) (Séc. XIX) (2)

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