S. José, esposo da Virgem santa Maria - 19 de março


Hoje, comemoramos São José, o grande patrono da Igreja Universal.

Ninguém ignora que São José é o esposo de Nossa Senhora e pai adotivo de Jesus. A Bíblia não fala muito dele. No entanto, o amor cristão faz de cada palavra do Evangelho de São Mateus um ensinamento novo para a vida.

Eis alguns factos que sempre recordamos:

A ordem dada a São José, de receber Maria como esposa. É o fim do Antigo Testamento e o começo do Novo. Ele é o patriarca, o grande pai.

A fuga para o Egipto e a volta lembram a história de todo o povo de Israel - o Êxodo. Portanto, São José é o amigo do povo, dos pobres, dos pequeninos, dos perseguidos e dos sofredores.

Da Bíblia, recebeu ele o título maior que ela costuma dar a alguém: Justo. São José era um homem "justo".

Tanto a Idade Média quanto os tempos modernos lembraram muito São José como modelo para o lar e, também, para o operário.

A simplicidade e a fidelidade fizeram de São José o protetor escolhido para Maria e para o próprio Jesus, bem como para todos nós. (1)

Resumindo:

“São José, esposo da Virgem santa Maria, homem justo, da descendência de David, exerceu a missão de pai do Filho de Deus, Jesus Cristo, o qual quis ser chamado filho de José e lhe foi submisso como um filho a seu pai.

A Igreja venera com especial honra e como seu Patrono aquele que o Senhor constituiu chefe da sua família.

O seu nome foi inserido no Cânone Romano pelo papa são João XXIII e o papa Francisco estendeu-o às outras Orações eucarísticas.” (2)


São José e o Menino Jesus

São José e o Menino Jesus

São José, santo patrono da Igreja

José, guardião, administrador e defensor legítimo e natural da divina casa da qual era chefe, exerceu esses cargos durante a sua vida mortal, aplicando-se a proteger com amor soberano e quotidiana solicitude sua Esposa e seu divino Filho; ganhava dia a dia, com o seu trabalho, o necessário para alimentar e vestir uma e outro; preservou da morte o Menino, ameaçado pelo ciúme de um rei [...]; nas dificuldades da viagem e nas amarguras do exílio, foi constante companheiro, auxílio e sustentáculo da Virgem e de Jesus.     

A divina casa que José governou com autoridade de pai continha as primícias da Igreja nascente: sendo Mãe de Jesus, a Virgem santíssima é também a Mãe de todos os cristãos, que gerou no Calvário, no meio dos sofrimentos supremos do Redentor; e Jesus Cristo é o primogénito dos cristãos, seus irmãos por adoção e pela redenção (cf Rm 8,29).

Por estas razões, o bem-aventurado patriarca São José considera como estando-lhe particularmente confiada a multidão dos cristãos que compõem a Igreja, essa imensa família espalhada por toda a terra sobre a qual detém como que uma autoridade paterna, uma vez que é o esposo de Maria e o pai de Jesus Cristo. É, portanto, natural e muito digno do bem-aventurado São José que, tal como provia outrora a todas as necessidades de família de Nazaré e santamente a envolvia com a sua proteção, cubra agora com o seu patrocínio celeste a Igreja de Jesus Cristo e a defenda. 

Leão XIII (1810-1903) papaQuanquam pluries

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Guarda fiel e providente

É esta a regra geral de todas as graças singulares concedidas a qualquer criatura racional: quando a divina providência escolhe alguém para uma graça singular ou para um estado elevado, concede à pessoa assim eleita todos os carismas que são necessários ao seu ministério.

Isto verificou-se de forma eminente em São José, pai putativo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Senhora dos Anjos, que foi escolhido pelo Eterno Pai para guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria. E fidelissimamente desempenhou este ofício; por isso lhe disse o Senhor: Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor.

Consideremos São José diante de toda a Igreja de Cristo: não é acaso ele o homem eleito e singular, por meio do qual e sob o qual, de modo ordenado e honesto, se realizou a entrada de Cristo no mundo? Se portanto toda a Santa Igreja é devedora à Virgem Mãe, porque por meio dela recebeu Cristo, assim também, logo a seguir a ela, deve a São José uma singular gratidão e reverência,

Ele é na verdade o termo da Antiga Aliança, nele a dignidade dos Patriarcas e dos Profetas alcança o fruto prometido. Ele é o único que realmente alcançou aquilo que a divina condescendência lhes tinha prometido.

E não devemos duvidar que a intimidade, a reverência e a sublime dignidade que Cristo lhe tributou, enquanto procedeu na terra como filho para com seu pai, decerto também lha não negou no Céu, mas antes a completou e consumou.

Por isso não é sem motivo que o Senhor lhe diz: Entra na alegria do teu Senhor. De facto, apesar de ser a alegria da bem-aventurança eterna que entra no coração do homem, o Senhor prefere dizer-lhe: Entra na alegria, para insinuar misteriosamente que a alegria não está só dentro dele, mas o circunda de todos os lados e o absorve e submerge como abismo sem fim.

Lembrai-vos de nós, São José, e intercedei com as vossas orações junto do vosso Filho; tornai-nos também propícia a Virgem vossa Esposa, que é a Mãe d’Aquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos sem fim, Amen.

Dos Sermões de São Bernardino de Sena, presbítero (Sermo 2, de S. Ioseph: Opera 7, 16.27-30) (séc. XV) (2)

Fontes: (1) Evangelho Quotidiano | (2) SNLiturgia

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